Parceria entre a Oeste Rescue e a Câmara das Caldas assegura nadadores salvadores todos os fins de semana, feriados e pontes
As praias das frentes de mar e de lagoa na Foz do Arelho vão ter vigilância todos os fins de semana, feriados e pontes, num serviço de vigilância extraordinário prestado pela Oeste Rescue com o apoio da Câmara das Caldas da Rainha, que vai funcionar até à abertura da época balnear.
“Foi um desafio feito pela Associação dos Salvadores [Oeste Rescue] ao presidente da Câmara Municipal das Caldas” e que foi bem acolhido pelo município, refere Rui Vieira, presidente da associação. A iniciativa, que tem “parecer muito favorável do capitão de porto da Autoridade Marítima, reflete “a preocupação destas duas entidades relativamente à assistência a banhistas, com base nas alterações climatéricas e nos registos que se têm verificado relativamente a acidentes nas praias a nível nacional”, completa Rui Vieira.
Apesar de não se terem registado incidentes nesta natureza nas praias da Foz do Arelho, Rui Vieira considera que é importante precaver esse tipo de situações, tendo em conta que “a Foz do Arelho já é uma praia urbana, recebe muita gente das Caldas da Rainha, mas também muitos habitantes estrangeiros que já residem na Foz do Arelho e no concelho” e a praia continua a ser muito frequentada, mesmo de inverno, “não só para as pessoas se banharem, mas também em atividades lúdico-marítimas”, reforça.
As praias vão, assim, ser vigiadas por três profissionais, desde as 9h30 às 18h00, todos os fins de semana, feriados e pontes, auxiliados por uma moto quatro de assistência a banhistas, equipada com palamento para vítima de trauma, kit de oxigenação e mala de abordagem. “Com esta viatura consegue-se com uma maior celeridade chegar ao pé de um hipotético incidente”, realça Rui Vieira, acrescentando que a presença dos nadadores salvadores é principalmente “de vigilância e numa abordagem de proximidade às pessoas”.
Rui Vieira alerta que apesar do bom tempo convidar a um mergulho, é necessária fazê-lo com muita cautela. “Temos que ter em consideração a morfologia da praia, que tem declive muito acentuado, e as alterações hidrográficas também que são constantes. Na frente mar, ainda não ocorreram as marés de solstício e o mar é traiçoeiro”, acrescenta.
Paralelamente, a Oeste Rescue está a realizar diversas formações para nadadores salvadores, encontrando-se nesta altura a terminar um dos cursos nas Caldas da Rainha para fazer integrar no plano integrado de assistência a praias e piscinas, que se inicia a 10 de junho. Nessa altura, “teremos um dispositivo permanente de 10 nadadores salvadores, com todos os equipamentos físicos, em articulação com os bombeiros, o Município e a Autoridade Marítima local”, refere Rui Silva.
A nível local não há falta de nadadores salvadores, mas é uma preocupação a nível nacional. Rui Vieira diz que houve mudanças ao nível dos testes técnicos e teóricos “e isso levou a que haja uma taxa de insucesso muito elevada a nível nacional neste momento”.
A falta de recursos humanos tem sido combatida com formações realizadas, por exemplo, no Brasil, para trazer mais profissionais para um setor que é indispensável para as atividades de turismo junto à costa.
O número de acidentes nas praias, inclusivamente com óbitos a lamentar deveria servir como um sinal de alerta para o Estado assumir as suas responsabilidades a este nível, através do Ministério da Defesa, porque a gestão destes recursos “é insustentável para os concessionários e para os municípios”. ■