As gentes da Nazaré vivem durante os próximos dias um dos pontos altos nas celebrações da Quaresma. Trata-se da Procissão do Senhor dos Passos, que recria os últimos momentos da vida de Jesus, a sua Paixão e Morte e todos os anos atrai milhares de fiéis, dando continuidade a uma tradição que se mantém desde 1619, interrompida apenas aquando das Invasões Francesas e no ano de 1872, quando uma grande epidemia assolou a Pederneira.
Organizada pela Irmandade do Senhor dos Passos da Pederneira, a procissão tem três saídas. Amanhã, dia 17 de Março, parte da Igreja da Misericórdia na Pederneira, pelas 17h30, rumo ao Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, no Sítio. No domingo, quando forem 14h30, é celebrada missa na Igreja da Misericórdia e Sermão do Pretório, pelo Pároco da Nazaré, Padre José Luís Guerreiro. Às 16h00 a procissão volta a sair da igreja , decorrendo meia hora mais tarde o sermão do encontro pelo Padre Jorge Dias, de Queluz, junto à Capela dos Anjos.
Às 19h00 a procissão deve chegar ao Santuário do Sítio, seguindo-se a cerimónia do Despregamento da Cruz e do Sermão. Uma hora mais tarde há a procissão do Enterro no Largo do Santuário.
Na segunda-feira, dia 19, é celebrada missa no Santuário em sufrágio pelos membros da irmandade já falecidos. Às 17h30 tem lugar a última saída da procissão, em direcção à Igreja da Pederneira, onde às 20h00 decorre o Adeus às Imagens.
Até 8 de Abril há um intenso programa de cerimónias e manifestações de fé nas igrejas de Fanhais, da Pederneira, o Santuário e na capela de Santo António.
A história do cortejo religioso
Até ao próximo dia 25 de Março o centro Cultural da Nazaré acolhe a exposição “Passos, a Alma do Povo” que recupera os quase quatro séculos de devoção dos nazarenos ao Senhor dos Passos. As oferendas dos devotos à Misericórdia são alguns dos materiais que compõem a mostra que conta a história de um dos mais arreigados cultos na Nazaré, iniciado no século XVII na Pederneira.
Na inauguração da exposição, realizada no passado sábado (dia 10), José Adelino, da Irmandade do Senhor dos Passos da Pederneira, destacou a importância do “grande espólio” que agora pode ser visto por todos os interessados. Já o pároco da Nazaré, José Luís Guerreiro, salientou o facto da devoção ao Senhor dos Passos ser “património da comunidade, e um valor cultural da terra, que deve continuar a ser estimado”.
Joana Fialho
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