Depois de ser anunciado para 2016, a autarquia explica que está a trabalhar no processo, mas não estima novos prazos para a abertura
O Museu da Rádio e das Máquinas Falantes, em Alcobaça, é um projeto antigo.
O antigo presidente da Câmara, Gonçalves Sapinho, adquiriu, em 2009 e por 131 mil euros, o Espólio Coleção Madeira Neves – Casa das Máquinas Falantes, à família do colecionador natural da Cela, que havia sido durante largos anos funcionário da Emissora Nacional e que até havia prometido doar a sua coleção.
Entre os vários objetos, ao todo serão mais de 5300, encontram-se 414 rádios, 125 telefones, 287 microfones, 1104 discos de vinil e 42 fonógrafos. Tratam-se de máquinas dos séculos XIX e XX, com marcas antigas como a Tesla ou a Edison. Esta é uma coleção que pretende mostrar como emergiu e evoluiu esta tecnologia que revolucionou o mundo civilizado.
Recentemente, o vereador do PS Alcobaça, Carlos Guerra, apontava que o Museu da Rádio estava “sem som há, pelo menos, sete anos”, acrescentando que “não se entende o porquê desta obra ainda não estar terminada”.
Questionada pelo nosso jornal, a autarquia alcobacense esclareceu que o projeto, que representa um investimento a rondar os 400 mil euros, “está na fase de conclusão de empreitada, faltando ainda a aplicação de alguns materiais por parte do empreiteiro”.
Em relação a prazos, referem apenas que, “após a conclusão da componente da empreitada de construção civil, estará em curso a componente de museografia (comunicação de contextualização gráfica e textual do histórico do museu e da coleção, bem como a transferência e instalação dos objetos no museu)” e que “a conclusão desta fase será oportunamente divulgada”, escusando-se assim a estimar um prazo para a abertura da unidade museológica, que ficará situada na Rua Araújo Guimarães, no edifício conhecido como os antigos armazéns Vazão, onde a autarquia adquiriu cinco lojas por cerca de 280 mil euros.
“A execução física da obra deparou-se com as dificuldades do empreiteiro em adquirir equipamentos e materiais. Devido à candidatura aprovada ser exclusiva da parte museológica, houve necessidade de lançar dois concursos, primeiro um de construção civil propriamente dito e outro de equipamentos direcionados para a parte do museu. Acresce ainda que o primeiro ficou deserto, o que atrasou ainda mais o processo com a sua repetição”, esclareceram os responsáveis autárquicos.
Atualmente “está a decorrer a preparação da coleção para a sua transferência para o museu, seja dos objetos que ficam em reserva e os que ficam em exposição permanente, estando neste setor a ser efetuada a seleção e inventário”, acrescentam. ■