Qual o papel da mulher no seu meio de trabalho?

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Noticias das Caldas
Um painel 100% feminino: Maria João Domingues, Manuela Paula, Aida Reis, Maria Conceição Pereira, Susana Nogueira e Teresa Marques | B.R.
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No âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher, realizou-se, no dia 11 de Março, na Biblioteca Municipal, o debate “O associativismo no feminino”. Foram convidadas a participar nesta palestra quatro mulheres que assumem as rédeas de diversas instituições caldenses: Manuela Paula (responsável pela Liga dos Amigos do Hospital das Caldas), Teresa Marques (presidente dos Pimpões), Maria João Domingues (directora do Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor) e Susana Nogueira (presidente da delegação local da Cruz Vermelha).

Todas falaram sobre as funções que desempenham nas organizações em que trabalham, salientando que o mais importante é que haja um equilíbrio entre os dois géneros nos locais de trabalho. Para Maria João Domingues, “diversidade” é mesmo a palavra chave quando se discute este assunto, sendo que o fundamental é que “sejamos capazes de respeitar a pessoa que temos à nossa frente, independentemente do seu género ou condição, pois todos temos  um contributo diferente a dar”.
Já Susana Nogueira é da opinião que mulheres e homens devem ter “os mesmos direitos, as mesmas obrigações legais e acesso às mesmas coisas”, mas assumiu-se contra o facto de existirem sistemas de cotas para mulheres, ou seja, quando é a própria lei que determina que em certos empregos haja “x” lugares reservados apenas para profissionais do sexo feminino. “Isso significa colocar a mulher num papel secundário e retirar-lhe o mérito por chegar onde chegou. A mulher não deve ser mais do que alguém apenas por ser mulher”, acrescentou.
A presidente da delegação caldense da Cruz Vermelha defendeu também que existem diferenças entre os dois géneros, notórias quer ao nível do comportamento de ambos na sociedade, bem como nas organizações e nos locais de trabalho. “É muito mais fácil para um homem chegar a um lugar cimeiro porque também lhe foi dada mais liberdade na infância – ninguém leva a mal que os rapazes cheguem sujos a casa ou subam às árvores, mas o mesmo não se aplica às meninas”, afirmou a convidada, frisando que essa liberdade permite que mais tarde o homem tenha mais facilidade em criar uma rede de contactos. Além disso, enquanto as mulheres se caracterizam por serem mais individualistas numa discussão sobre determinado tema – querem levar sempre a sua avante – os homens têm mais facilidade em unir-se e chegar a consensos.
Susana Nogueira alertou ainda para o facto de em muitas partes do mundo a mulher ainda ser vista como um objecto sexual, servindo única e exclusivamente para procriar e cuidar dos filhos. “Ainda que em Portugal o cenário não seja este, há que ter consciência que a responsabilidade também é da educação que damos aos nossos filhos, pois temos que ensiná-los que essas mentalidades estão erradas”, fez notar.
A vereadora Maria Conceição Pereira, também presente no debate, partilhou a opinião de que a sociedade é mais exigente com o universo feminino: “as mulheres continuam a ter que provar mais que os homens, porque ainda sofrem daquele olhar de desconfiança sobre se serão ou não capazes”.
Esta palestra foi uma das várias iniciativas promovidas pela Câmara das Caldas para assinalar o Dia Internacional da Mulher.

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