No Oeste a qualidade da água da torneira está, em praticamente todos os concelhos, acima da média nacional, que se fixou em 2015 em 98,65%, havendo mesmo cinco municípios em que esta cifra é de 100% (Alcobaça, Alenquer, Bombarral, Torres Vedras e Sobral do Monte Agraço). Já em relação aos preços, na região a água é mais barata nas Caldas e em Óbidos e é mais cara em Torres Vedras.
A água da torneira atingiu os 100% no nível de qualidade em Alcobaça, Alenquer, Bombarral, Torres Vedras e Sobral do Monte Agraço. Depois destes o concelho onde a água tem mais qualidade é Óbidos, com 99,89%. Segue-se Arruda dos Vinhos (99,69%) e o Cadaval (99,65%).
Nas Caldas, a qualidade da água atingiu os 99,43%. Depois, ainda acima da média, aparece Rio Maior (99,11%) e a Nazaré (98,9%). Já abaixo do valor médio nacional, fixado nos 98,7%, encontram-se os concelhos de Peniche (98,04%) e da Lourinhã (96,89%).
No caso das Caldas, desde 2002 que este indicador tem vindo a subir. Nessa altura fixava-se acima dos 75%. No ano seguinte registou um aumento exponencial de quase 20% e em 2004 chegou mesmo perto dos 99%. Em 2008 e 2010 atingiu um valor acima dos 99% e, nos últimos quatro anos, o indicador da qualidade não voltou a descer dessa barreira.
Em relação ao preço cobrado por metro cúbico de água, podemos perceber que Caldas da Rainha e Óbidos são os municípios avaliados onde a água é mais barata. Custa 1,26 euros por m3.
A estes segue-se Peniche, onde o metro cúbico custa 1,54 euros e Alcobaça (1,58 euros). Em Rio Maior a mesma quantidade custa 1,74 euros, no Bombarral 1,82 euros e na Nazaré 1,87 euros.
Os municípios que vendem acima dos dois euros por metro cúbico são Alenquer (onde a distribuição da água é feita, não pelo município directamente, mas por uma empresa privada) e Sobral de Monte Agraço (2,02 euros), bem como em Arruda dos Vinhos (2,20 euros).
Por fim, os concelhos onde a água é mais cara são o Cadaval (2,22 euros ou 3,05 euros), a Lourinhã (2,30 euros) e Torres Vedras (2,69 euros).
Em termos de queixas, e de acordo com o Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal – 2016 vol.2 Controlo da Qualidade da Água para consumo humano da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), é o concelho de Alenquer que tem mais reclamações. Este é também o único município que tem uma empresa privada – Águas de Alenquer S.A. – a gerir a distribuição de água (e não os serviços municipalizados).
Ao todo registaram-se 49 queixas no último ano, na sua maioria (perto de 60%) relacionadas com problemas de leitura, facturação e cobrança.
Óbidos é o segundo concelho com mais queixas: 11, todas elas por leitura, facturação e cobrança.
Os concelhos com menos queixas, com apenas uma, foram Peniche, Lourinhã, Sobral Monte Agraço (pela qualidade do serviço), Bombarral e Cadaval.
Todos estes concelhos são abastecidos em alta pela Águas de Lisboa e Vale do Tejo S.A., empresa que fornece cerca de 70 municípios.
Os dados foram recentemente publicados no mesmo relatório, sendo que os valores referidos remetem para o escalão entre os 15 e os 25 m3 mensais.
Dos 50% aos 99% em 12 anos
A nível nacional a qualidade da água da torneira tem vindo a aumentar nos últimos 12 anos. Analisando um gráfico que mostra a evolução da qualidade desde 1993, percebemos que nesse ano a média nacional rondava os 50% e que em 2015 esse valor aumentou para perto dos 99%.
Segundo o relatório acima referido, “o cálculo da percentagem de água segura em Portugal continental seria de 98,83 %, em vez de 98,65 %, se não fossem contabilizadas neste relatório as zonas de abastecimento sem rede pública ao domicílio, isto é, sem os fontanários que são origem única de água para consumo humano”.
No último ano o pH e o ferro foram os únicos parâmetros que apresentaram um valor abaixo dos 98% “devido às características hidrogeológicas das origens da água”.
O interior do país apresenta muito maiores carências, servindo muito menos gente. Ainda assim, e “apesar das assimetrias regionais serem evidentes em anos anteriores, uma análise mais cuidada dos dados revela que a amplitude destas assimetrias tem vindo a reduzir-se, lenta mas sustentadamente”.
A ERSAR realçou que estes dados reflectem a qualidade na torneira do consumidor, esclarecendo que “uma vez que o estado de conservação e higienização das redes prediais pode ter influência negativa nos resultados finais da qualidade da água, os resultados apresentados não refletem exatamente a qualidade da água distribuída pelas entidades gestoras, que será naturalmente ainda melhor”.
O mesmo relatório informa que as melhorias a fazer “não apresentam grande complexidade técnica, o que reforça a necessidade das entidades gestoras implementarem ou incrementarem uma atitude preventiva no sentido de garantirem uma qualidade da água na torneira do consumidor ainda melhor”.
CALDAS ABASTECE VALADO DE SANTA QUITÉRIA E BAIRRO SRA. DA LUZ
A água que é distribuída nas Caldas da Rainha tem duas origens: 58% vem das captações em profundidade feitas em território da autarquia e 42% do fornecimento vem da empresa inter-municipal Águas de Lisboa e Vale do Tejo (AdLVT).
No primeiro caso existem 38 captações que estão organizadas em nove sistemas de abastecimento: Caldas da Rainha, Foz do Arelho, Talvai, Vidais, A-dos-Francos, Vimeira, Bairradas, Alvorninha e Mata de Porto Mouro.
Caldas foi dos concelhos que mais resistência fez em relação à compra de água a AdLVT, até porque era praticamente auto-suficiente neste campo.
Os 42%, cerca de dois milhões de metros cúbicos de água, que são fornecidos pela AdLVT representam o volume mínimo anual que o município está obrigado, por contrato, a consumir.
As Caldas, através dos seus Serviços Municipalizados e de Acção Social, efectuam ainda “a entrega de água em alta a duas Entidades Gestoras em zonas limite do concelho: Serviços Municipalizados de Alcobaça (zona do Valado de Santa Quitéria) e Câmara Municipal de Rio Maior (zona da Sra. da Luz)”.
Questionados pela Gazeta das Caldas, os SMAS locais esclarecem que “procedem, numa base regular e programada, a procedimentos de limpeza e higienização dos reservatórios de água do concelho e das condutas de distribuição” através de “um controlo operacional regular” onde é feita a verificação dos sistemas de tratamento, “nomeadamente da injecção de cloro, filtros desferrizadores, nível dos reservatórios e das captações de água, controlo analítico de cloro, ferro, pH, entre outros”.
Explicam também que em relação aos incumprimentos detectados “são de imediato tomadas as medidas adequadas para garantir a proteção da saúde pública”, ou seja, qualquer situação deste tipo é comunicada “num prazo máximo de 24 horas à Entidade Reguladora e à Autoridade de Saúde das Caldas da Rainha”.
Nas Caldas metade dos chafarizes não estão a funcionar
Apesar de a água das Caldas ter qualidade acima da média nacional, os repuxos públicos que existem cobrem cerca de metade das infraestruturas que devem ter estes equipamentos. O número poderia ser quase total, mas os que existiam foram vandalizados ao longo do tempo e não foram repostos.
Este tipo de equipamentos ganha especial importância numa época em que se estimula a actividade física e o consumo de água da torneira em vez de engarrafada, até para evitar o consumo de plásticos.
Na estrada da Foz haviam dois bebedouros, um na rotunda da zona industrial e outro na rotunda para a Serra do Bouro, mas já não existem. Perto do complexo desportivo ainda está a estrutura de um, mas também não funciona e nas novas zonas desportivas com máquinas de manutenção (em frente ao complexo e em frente ao Pavilhão Rainha D. Leonor) não há ainda bebedouros. O campo da encosta do sol tem um bebedouro a trabalhar, do lado de fora da rede, e o novo campo de padel, ao cima da feira, não tem nenhum.
O parque infantil perto dos Hortas viu o bebedouro vandalizado, mas ali bem perto foi requalificado o que se localiza entre moradias perto do Continente, onde existem agora jogos infantis e máquinas de manutenção e onde há um repuxo a trabalhar.
O parque infantil que fica junto à biblioteca não tem nenhum. Na Encosta do Sol há um parque infantil com um repuxo a trabalhar. No Bairro dos Arneiros o chafariz da zona infantil não trabalha, tal como perto do Intermarché, no Avenal e no Largo do Estragado, onde o lixo e a degradação marcam a paisagem.
Ali bem perto, no Skate Park e nas estruturas adjacentes, em frente ao Pavilhão Rainha Dona Leonor também não encontrámos nenhum, nem na nova zona desportiva ali criada. Isto apesar de ser de todo aconselhável, em termos de saúde pública, que quem pratica desportos ou brinca nos parques, se hidrate bebendo água.
Na avenida exitem dois repuxos com quatro bebedouros, estes já bem mais recentes e, portanto, melhor preparados para evitar actos de vandalismo. Em vez de metal, a estrutura é de betão e, aqui, os quatro funcionam.
O icónico chafariz do Parque continua, e bem, a jorrar água, tal como os da Praça da Fruta, os de algumas escolas (porque noutras foram removidos por representarem uma possível fonte de contágio) e os do campo municipal da Quinta da Boneca.
O município explicou à Gazeta das Caldas que este tipo de equipamentos “tem tanto de útil como de complexo”, porque “se, em teoria, não há dúvidas quanto às vantagens destes equipamentos, o mesmo não acontece em matéria de garantias da sua salubridade, correcta utilização e exigências ao nível de saúde pública”.
A autarquia esclareceu que “se torna difícil garantir, a todo o momento, os indicadores exigidos pela saúde pública, como evidências registadas já mostraram no passado”.
Portanto, a Câmara das Caldas “está a avaliar qual a melhor solução” para dotar alguns destes espaços com este tipo de equipamento.