Tudo indica que Hospital e património termal deverão passar do Ministério da Saúde para as mãos da autarquia. Mas quem irá ficar com o património religioso, que é composto pela Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, a Ermida de S. Sebastião e a Capela do Espírito Santo? Gazeta das Caldas tentou obter informações junto do actual proprietário, a Direcção Geral do Tesouro e Finanças, mas não obteve qualquer resposta desta instituição.
Também o Patriarcado de Lisboa – entidade que tem sido aventada como possível receptor daquele património – não respondeu ao nosso jornal.
De acordo com o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, o património religioso nunca foi referido na proposta de cedência que a Direcção Geral do Património fez à autarquia. “Uma vez que é uma cedência temporária, não faz sentido a Câmara ir temporariamente gerir o património religioso, até porque não é essa a sua vocação”, justificou.
Já o historiador e especialista na Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, Nicolau Borges, defende que qualquer decisão que venha a ser tomada não deve “entrar numa lógica de fragmentação da gestão do património termal caldense”, do qual fazem parte integrante estes templos. Em sua opinião, deve manter-se “as respectivas dedicações culturais sob a custódia do Patriarcado de Lisboa, e a gestão de todo o seu património cultural e artístico sob a tutela da Direcção-Geral do Património Cultural e do município das Caldas da Rainha”.
O investigador diz que se deve respeitar a intencionalidade e utilidade assumidas pela Rainha D. Leonor aquando da construção do Hospital Termal enquanto “obra una e total”.
F.F.