Experiência da União de Apoio ao Alto Rendimento na Escola com a plataforma Teams leva direcção do Agrupamento a estudar a possibilidade de alargar a utilização daquele recurso para todas as turmas. Proposta terá, ainda, de ser ratificada pelo Ministério da Educação, mas a directora do agrupamento só vê vantagens na uniformização do trabalho através do programa da Microsoft
Há cerca de dois anos que o Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro recorre a uma plataforma digital que permite aos alunos conciliar o sucesso desportivo ao escolar, o Microsoft Teams.
A experiência tida com a Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE), coordenada por Vítor Pardal, vai levar, de resto, o agrupamento a propor ao Ministério da Educação que a plataforma Teams “seja alargada a toda a escola”.
“Neste momento, este modelo apenas está a ser utilizado com os 18 alunos de alto rendimento, mas, como é uma boa prática, estamos a ponderar utilizar essa plataforma para todos os alunos, caso o Ministério aceite”, revelou à Gazeta a directora do Agrupamento, Maria do Céu Santos.
O feedback obtido com o trabalho desenvolvido nos últimos dois anos motiva a escola a pensar no alargamento do modelo aos restantes alunos, dado que, nesta fase, existe uma grande variedade de soluções informáticas, o que tem “levado alguns pais a questionarem” aquela opção.
“Como aconteceu tudo muito depressa, os outros professores da escola nunca pensaram num sistema de ensino à distância e cada um foi utilizando as plataformas que dominava. Há pais, e até alunos, que se queixam da necessidade de usar tantos aplicativos. Essa é outra razão para apostarmos na Teams, que está testada e funciona”, nota a responsável, reconhecendo que, também ela, se tem de adaptar às circunstâncias. “A primeira aula que tive desde que as escolas foram encerradas foi passada com os alunos a ensinarem-me a trabalhar com novos recursos informáticos”, graceja a professora, para quem uma “revolução na escola” já se exigia.
“Temos reflectido sobre estas questões, sobre o que vinha aí no ensino, mesmo sem covid-19 e era evidente que tinha de haver mudanças, porque a grande queixa dos alunos era que a escola não respondia aos tempos modernos”, nota Maria do Céu Santos.
A directora do agrupamento de Caldas da Rainha considera que a escola “tem de acompanhar as mudanças que existem na sociedade e isso não estavam a acontecer, muitas vezes por comodismo”.
“Há sempre professores que vão mais além, apostando numa diversidade de actividades, mas outros não. Há professores que usam o Powerpoint e acham que já estão muito à frente”, lamenta a docente, que encontra nesta crise uma janela de oportunidade.
“Quando surgem os problemas há sempre oportunidades. E esta é uma oportunidade de ouro, que tem de ser agarrada com ambas as mãos para mudar o paradigma da escola”, observa a dirigente, asseverando: “Temos todos a ganhar: professores, alunos e encarregados de educação. Mas é preciso responder à questão do momento, que é que tipo de escolas queremos”.
AVALIAÇÃO POSITIVA
A plataforma Microsoft Teams pode tornar-se num projecto agregador para o Agrupamento Rafael Bordalo Pinheiro. E quem já trabalha com aqueles recursos só apresenta vantagens.
“A nossa plataforma Teams, de que todos os alunos-atletas fazem parte, continua, como sempre, disponível para os ajudar, com os professores de apoio e os materiais que lá estão das várias disciplinas. Precisamos que cada um deles vá relatando, na Teams, como têm sido estes dias difíceis para eles e até que postem algumas imagens, para se irem animando uns aos outros”, frisa a professora Alexandra Sampaio, num relato que fez aos pais dos atletas-alunos.