Grupos rivais em confronto na Praça 5 de outubro, no final da tarde de 15 de maio, causaram insegurança na população. PSP e Câmara das Caldas garantem esforços para restabelecer a tranquilidade pública no local
Uma rixa entre dois grupos de jovens na Praça 5 de outubro, nas Caldas, que envolveu armas (facas, martelos e, pelo menos, uma caçadeira) no feriado municipal, dia 15 de maio, fez soar os alarmes e aumentar o sentimento de insegurança da população caldense.
Ao que foi possível apurar, tratou-se de um ajuste de contas entre grupos rivais, um das Caldas e outro de Leiria. Foram identificados pela Polícia de Segurança Pública dois homens envolvidos na rixa e a investigação prossegue.
Hugo Marado, comandante da divisão de Caldas da PSP, puxa a fita atrás para explicar o acontecimento: “tivemos, há um ano e pouco, algumas situações de roubos e ofensas à integridade física por um grupo de jovens residentes no concelho das Caldas. Os factos foram sendo investigados e os seus autores foram, tendencialmente, identificados e constituídos arguidos e inclusivamente, para breve, haverá julgamento com esses intervenientes”, explica. “Este episódio mais recente, na Praça 5 de outubro, tem como denominador comum alguns desses jovens”, esclarece. Há também relação entre os intervenientes deste caso e de um episódio em fevereiro de um veículo que foi atingido por um disparo na zona da Cidade Nova, nas Caldas.
“Começámos a ter uma abordagem diferente, apesar das dificuldades evidentes de recursos humanos, à Praça 5 de outubro, no período noturno, com presença assídua em alguns dias da semana e fim de semana desde o início deste mês”, conta, esclarecendo que se trata de um trabalho alinhado entre município, comerciantes e PSP, que têm uma mesma preocupação e um mesmo objetivo. A regulamentação por exemplo, para não vender garrafas de vidro é uma das medidas a avançar no curto prazo.
“Neste início tem provocado mais desafio de quem pretende utilizar a praça para fins menos lícitos”, reconhece, admitindo que “a Praça está a ter um tratamento diferente, porque também ocorreram alguns episódios diferentes daquilo que é a dinâmica habitual das Caldas” e do padrão da realidade criminal da cidade. Assumindo o “compromisso de restabelecer a tranquilidade pública”, o comandante da PSP frisa que este caso foi uma situação pontual e que Caldas é uma cidade segura. Tal como o presidente da Câmara, Vítor Marques, que reconhece ainda assim que têm “sentido a necessidade de ter outras medidas” para responder à questão da Praça 5 de outubro, explicando que já contratualizaram mais gratificados com a PSP. “Houve pontualmente situações de desacatos entre grupos”, conta, mostrando-se esperançado de que, “com as medidas que estão a ser tomadas e com a intervenção mais musculada da PSP, estes casos pontuais se vão desvanecendo e volte tudo à normalidade”.
O autarca admite que nos últimos meses houve um acréscimo ligeiro da criminalidade na cidade, mas ressalva que “estamos muito abaixo da média nacional”. Ambos realçam também que a criminalidade não está associada a nenhuma nacionalidade.
Agente agredida na Praça
No mesmo local, dias antes, havia sido agredida uma agente da PSP que tentava auxiliar os colegas no sanar de desacatos entre várias pessoas. Ao afastar um dos envolvidos, um homem de 26 anos, “este resistiu, agredindo-a com uma bofetada na face e apertando-lhe o pescoço, tendo apenas cessado estas agressões com a intervenção dos restantes polícias”. O homem, que tinha antecedentes em desacatos semelhantes e por falta de habilitação legal para conduzir, foi detido.
O tema da insegurança nas Caldas já chegou à Assembleia da República, através dos deputados do PSD, Hugo Oliveira, Telmo Faria, Sofia Carreiras, João Santos e Ricardo Carvalho, que questionaram a ministra da Administração Interna relativamente à falta de agentes da PSP na cidade e às medidas para solucionar esta situação. ■