Robot de conversação Tyro foi apresentado nos Silos

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Sofia Oliveira e Jared Hawkey são os criadores do Tyro
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Tyro, assim se designa o chatbot (robot de conversação) que foi apresentado a 27 de Fevereiro, nos Silos. Sofia Oliveira e Jared Hawkey apresentaram este projecto de inteligência artificial e conversaram com dezenas de estudantes e artistas sobre as suas pesquisas e as aplicações futuras desta tecnologia.

Dezenas de jovens assistiram a esta apresentação sobre inteligência artificial

Uma sala de 50 pessoas, na sua maioria estudantes, artistas e designers da ESAD, juntou-se nos Silos para conhecer o Tyro, um chatbot criado pela socióloga Sofia Oliveira e o artista Jared Hawkey. Com o auxílio de programadores informáticos, desenvolveram este projecto de inteligência artificial que resultou neste robot de conversação. Tyro é similar à Siri, a assistente electrónica dos Iphones que auxilia o utilizador. Basta por exemplo ditar-lhe a mensagem de texto que se pretende enviar que esta providencia a tarefa.
O Tyro é apenas um programa de computador e não tem “boneco” tal como acontece com Sophia, a robot criada pela Hanson Robotics, uma empresa de Hong Kong, e que foi uma das sensações tecnológicas de 2017.
O que é certo é que inteligencia artificial faz cada vez mais parte das nossas vidas e está a revolucionar o mundo. “Quisemos, por isso, compreender o que é esta tecnologia que se está a expandir por todo o mundo”, disse Sofia Oliveira, explicando que Tyro conta com o apoio da Direcção Geral das Artes. A mentora do projecto afirmou que este “serviu para compreender como se desenvolvem estes programas que, no futuro, poderiam auxiliar o ser humano nos mais variados sectores”.
Durante três meses, os dois criadores contaram com a colaboração da poeta Catarina Barros e introduziram milhares de possíveis diálogos na programação de Tyro. Como tal, este faz associações entre as palavras, encontra padrões e assim vai respondendo a quem o questiona. Os autores classificam-no como um programa “desconcertante, não-humano, que apenas conversa por escrito e em inglês e que está desenhado para activar um espaço de experiência dentro da matriz homem-máquina”. Ou seja, Tyro ou ama ou odeia alguém que “converse” e que lhe coloque questões. O programa “tem uma mentalidade exageradamente polarizada, apesar da sua natureza multidimensional”, disseram os autores explicando que é também Tyro que finaliza as conversações.
Sofia Oliveira e Jared Hawkey explicaram também que Tyro é “uma experiencia de carácter artístico”, mas que no fundo lhes permitiu contactar de perto com a programação necessária para entrar no mundo da Inteligência Artificial.
No fundo, o Tyro prova que este tipo de programação, aplicada a outros sectores, poderá ser útil em áreas que vão desde a agricultura, à medicina até ao auxílio aos seniores. “Acreditamos mais num cenário de complemetaridade homem-máquina do que num cenário de dominio mundial das máquinas”, disseram os autores.
Sofia Oliveira e Jared Hawkey têm partilhado, em conferências e workshops, as suas investigações. Fazem-no em parceria com entidades culturais e universidades de Norte a Sul do país.
Os autores consideram que é melhor não antropomorfizar as máquinas. Mesmo os robots de ajuda – que já auxiliam humanos em casa e nos hospitais – devem ser feios e nada humanizados. E esta escolha é propositada para os idosos perceberem que é apenas uma máquina que cumpre tarefas. “Quando o robot lhe dá um comprimido está apenas a cumprir algo e que nada tem a ver com preocupação com o estado de saúde do idoso”, disseram, acrescentando que “é melhor manter uma distância emocional deliberada das máquinas”.
O projecto Tyro foi dado a conhecer em Lisboa, Montemor-o-Novo e Tavira. Depois das Caldas, o robot de conversação foi apresentado no Porto.

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