Uma semana depois de terem sido furtados dois dos três sinos de bronze da igreja paroquial da Serra do Bouro, o pároco local, Rui Gregório, revelou à Gazeta das Caldas, pouco antes da missa do domingo passado, 30 de Outubro, que são poucas as esperanças que estes sejam recuperados.
Os sinos, um com cerca de 100 quilos e outro com cerca de 200 quilos, terão sido retirados com recurso a uma máquina, durante a noite de sábado para domingo, de 24 para 25 de Outubro.
Segundo o presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro, Álvaro Baltazar, uma das pessoas que mora perto da igreja ouviu, durante a madrugada, o seu cão a ladrar, mas quando foi à janela não viu nada de suspeito. O autarca pensa que foi utilizado um equipamento elevatório, tendo em conta que existem vestígios no chão da colocação de algumas sapatas para sustentar essa maquinaria. “A calçada afundou em frente aos dois sinos e à mesma distância”, revelou. Só um dos três sinos escapou aos ladrões, supostamente porque seria mais difícil retirá-lo.
Também o presidente da Junta não acredita que seja possível recuperá-los. “Ou já foram fundidos ou estarão a caminho de serem fundidos”, disse.
Álvaro Baltazar comentou que a população da freguesia está consternada com este roubo, não só pelo assalto em si, mas também pelo facto de entenderem que estes sinos são insubstituíveis. “Podemos comprar sinos novos, mas o som nunca mais irá ser igual”, adiantou.
Um dos dois sinos furtado tinha sido comprado em 1929 (juntamente com o que não foi roubado) e o outro fora adquirido há cerca de oito anos. No total, estima-se que os dois sinos valeriam 13 mil euros.
“Vamos dar algum tempo e depois teremos que começar a pensar em soluções para adquirir novos sinos”, disse Álvaro Baltazar.
Antes da missa de 30 de Outubro, Simão Pedro bem se esforçou para que o único sino que resta à igreja tocasse de forma audível para a freguesia. “Sempre tocámos de forma manual, mas quando tínhamos os sinos todos tocava-se de maneira diferente, com toques específicos para cada momento. Só com um sino não é possível fazer isso”, explicou o crente.
Foi Simão Pedro quem deu pela falta dos sinos na manhã de domingo, quando foi ao local mudar umas lâmpadas que estavam avariadas. “Sentimos todos um grande sentimento de revolta e de indignação pelo que aconteceu”, referiu.
O padre Rui Gregório disse ter ficado “surpreendido, desiludido e magoado”, até pela devassa de algo que era da comunidade. “Infelizmente os roubos acontecem desde sempre, mas acabamos por ser surpreendidos quando isso acontece”, comentou o pároco.
Filipe Horta, morador na Espinheira, ficou “muito chateado” quando soube do furto. “Era um património antigo e através do toque dos sinos sabíamos o que se passava”, adiantou.
A igreja de Nossa Senhora dos Mártires fica na Espinheira é muito antiga e desconhece-se a sua origem, embora se saiba que foi reconstruída e ampliada em 1681. “Há vestígios de que existia uma igreja mais pequena, que depois foi ampliada”, contou Álvaro Baltazar.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
Queremos desta forma demonstrar o nosso solidário apoio a esta comunidade.
Os sinos roubados desta paróquia tinham sido restaurados pela nossa empresa. É com grande consternação que assistimos a este tipo de roubo, em que o valor para quem rouba é insignificante, comparado com o imenso valor histórico e patrimonial da paróquia, pois serão vendidos como sucata. Por outro lado quem compra este espólio é conivente com o roubo, uma vez que os sinos estão identificados com a paróquia. Temos esperança que as autoridades consigam recuperar estes dois sinos e devolver a esta comunidade os bens que tão bem tem sido zelados cuidados.
Mesmo que a comunidade tenha que optar por sinos novos, nunca recuperarão o valor patrimonial.
Por isso, no sentido de responder de uma forma eficiente ás necessidades dos nossos clientes devido à crescente onda de roubos de sinos nas igrejas de todo o país, o departamento de engenharia da Carlos & Luis Jerónimo Lda, desenvolveu um sistema concebido para impedir de retirar os sinos dos campanários.
Queremos ser parte da solução!
Luis Jerónimo (gerente)
info@jeronimos.com.pt ou 253 339 230/1