Segunda edição de “Domar o Fogo” atraiu centenas ao Centro de Artes

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A cerâmica é sempre um chamariz
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“Domar o Fogo” e “Saber Fazer” encheram o Centro de Artes durante o fim de semana

A cutelaria, a cerâmica e a gastronomia voltaram a unir-se na segunda edição de “Domar o Fogo” que se realizou a 23 e 24 de março. A iniciativa cresceu, teve mais participantes e trouxe público de várias idades a usufruir do espaço do Centro de Artes. O tempo ajudou e não faltaram propostas para quem quis conhecer um pouco melhor como se desenvolvem as artes do fogo nesta região.
“Mantemos o mesmo espírito do primeiro ano pois há um grupo de amigos que se vai contaminando e que, com grande gosto, vai juntando novas atividades” , disse Pedro Ribeiro, um dos co-responsáveis do evento, que é do Centra – Grupo de Amigos do Centro de Artes. Paulo Santos, do Forno do Beco lançou a ideia de se construir um forno comunitário e que agora está disponível para a população “pois foi feito com o espírito de servir toda a gente”, contou o empresário à Gazeta, enquanto tirava o pão com chouriço do forno e oferecia-o aos presentes, testando assim a capacidade do novo equipamento, construído no espaço exterior.

A mostra Saber Fazer veio do Luxemburgo e a primeira paragem é no centro de Artes

Ao todo para a construção do forno foram necessários pelo menos “12 pares de mãos”, disse José Antunes, o diretor do Centro de Artes. Além do forno houve a tradicional fogueira onde foram cozinhadas várias iguarias, algumas tradicionais, como sopa ou cozido de grão.
Este ano, ao evento juntou-se ainda a inauguração, a 23 de março, da exposição “Produção artesanal portuguesa”, no Espaço da Concas e promovida pela DGArtes. Centrada no fazer tradicional e na identidade portuguesa, estão pois presentes peças artesanais de Norte a Sul do país, feitas nos mais diversos materiais.
A mostra, agora itinerante, teve a sua primeira apresentação ao público nas Caldas e foi estreada no Luxemburgo. Além do mais, a mostra passa a contar com peças de cutelaria de Paulo Tuna, do Lombo do Ferreiro, de cerâmica de Carlos Enxuto e Miguel Neto, assim como exemplares de Bordados das Caldas. Principelina Loução estava satisfeita por poder dar a conhecer o Bordado das Caldas a nível local. Esta iniciativa incluiu ainda a realização de uma oficina de bordados com uma turma de 12º ano da Secundária Rafael Bordalo. “Vamos ver se conseguimos cativar mais jovens para o bordado”, rematou a responsável.
Américo Rodrigues, diretor da DGArtes deu ainda a conhecer que a exposição segue para Odemira e, mais uma vez, tal como aconteceu nas Caldas, “irá incorporar artesanato local e já temos várias localidades interessadas em receber esta exposição”. A mostra vai estar patente até 6 de maio, dia em que será lançado o livro que dá a conhecer o artesanato das várias regiões do país.
Paulo Tuna, um dos cutileiros responsável pela iniciativa salientou a construção do forno comunitário e também a execução das várias iguarias gastronómicas que serviram os participantes da iniciativa, pois “estava tudo no ponto”. Entre as novidades salientou a vinda do cutileiro Fernando Cabral que veio fazer aço damasco, um processo de caldeamento de ligas metálicas.

A cutelaria, praticada ao vivo, é mais uma atração do evento
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Pela primeira vez, e com Renato Franco, foi feita fundição de aço nesta iniciativa. “Queremos continuar a trazer mestres, especializados em várias técnicas”, disse Paulo Tuna. O autor salientou ainda os vários autores que estiveram presentes em bancas e que trouxeram “o que de melhor se faz ao nível de design e das artes plásticas nas Caldas”, rematou.
Nos dois dias houve também música ao vivo e, a noite de sábado, João Paulo Feliciano passou uma projeção de vídeo designada “How to burn an eletric guitar”.
O artista plástico está a viver nas Caldas e tem o seu atelier no Centro de Artes. Este vídeo foi apresentado há alguns anos numa galeria do Porto e foi apresentado em estreia nas Caldas da Rainha e não podia estar mais consonante pois foi apresentado na segunda edição de “Domar o Fogo”, iniciativa que traiu centenas de pessoas. ■

À noite houve uma projeção de João Paulo Feliciano
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