O muro que delimita a Mata Rainha D. Leonor poderá ser intervencionado ainda este ano, diz o presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, Vítor Marques. A Junta de Freguesia já elaborou o ante-projecto para a intervenção, na ordem dos 80 mil euros, e que será agora apreciado pela autarquia e depois submetido a entidades como o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e a Direcção Geral de Energia e Geologia.
O problema já tem mais de uma década e o mau tempo que se tem feito sentir ainda veio adensá-lo, tendo mesmo partes do muro caído em algumas zonas. Recentemente o presidente da União de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, Vitor Marques, entregou na Câmara uma proposta para reparar o muro, que deverá ser apreciada pelo executivo na próxima sessão de Câmara.
O ante-projecto de reedificação do muro da Mata inclui a alteração do muro em betão por pedra, em toda a sua extensão, que é de 350 metros. “O novo muro fica no mesmo alinhamento do já existente, com excepção de duas curvas, que levam um pequeno desbaste para não serem tão acentuadas”, explicou Vítor Marques à Gazeta das Caldas.
O autarca refere que a intervenção deve abranger a totalidade da estrutura, na Rua Os Inseparáveis do Lubango, porque embora nem toda esteja em risco de cair, já está inclinada para a estrada. A proposta prevê, pelo contrário, uma pequena inclinação para o interior. A realização do muro em pedra é a opção mais barata (em betão duplicaria o custo) e além disso, este material faz uma melhor drenagem, é seguro e estável. Em cima da pedra será colocado um gradeamento igual ao que existe da Rua Diário de Notícias.
Junto ao muro há cinco a oito árvores de médio e grande porte que têm que ser retiradas, não porque o muro vá ocupar o espaço delas, mas porque ao mexer-se na terra e na estrutura existente, as árvores poderão cair.
“Também não nos agrada tirar árvores”, refere Vítor Marques, acrescentando que elas põem em causa a reedificação do muro e a segurança das pessoas e bens, pois podem cair depois da intervenção devido ao corte de raízes.
O autarca exemplifica que ainda no fim-de-semana passado caíram três árvores junto a um furo de água na Mata, que não estavam sinalizadas como estando em mau estado. Defende, por isso, que aquelas árvores possam ser arrancadas, mas que sejam repostas em maior número, através de uma reflorestação da Mata que, aliás, já está em prática.
Vítor Marques garante ainda que o corte das árvores não tem em vista um alargamento da rua, como aliás, chegou a ser defendido por algumas pessoas, tendo em conta o movimento que ali existe.
“O objectivo é, se possível, fazer a obra ainda este ano”, referiu Vítor Marques, dando conta do perigo que o muro apresenta. A intervenção tem um custo previsto de 80 mil euros a cargo da Câmara e a União de freguesias já se colocou à disposição para, através de uma delegação de competências, tratar do concurso e acompanhar a obra.
Falta de meios dificulta limpeza das matas
Nas Caldas a autarquia está a concluir a limpeza de árvores e mato da propriedade do município, que totalizam cerca de 15 mil metros quadrados. O custo desta intervenção ronda os 18 mil euros.
De acordo com o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, já se observa uma grande área de faixa de gestão de combustível, de 50 metros, à volta das edificações realizada no concelho. “Este facto revela que os caldenses compreenderam a importância da execução dos trabalhos e estão a ser bastante empenhados na sua realização”, refere.
Ainda de acordo com o autarca, neste momento não há mais área limpa porque as empresas não o conseguem por falta de meios mecânicos e humanos. “Só será possível saber o que faltará limpar a 31 de Março, data em que a GNR e a PSP nos darão essa informação”, acrescentou à Gazeta das Caldas.
Durante este período têm sido bastantes os munícipes que têm pedido esclarecimentos ao Gabinete Técnico Florestal da Câmara. Entre as perguntas mais frequentes estão as de saber se têm de abater as árvores ornamentais ou de frutos no espaço envolvente à casa, ficando esclarecidos que não, se for um terreno ajardinado ou pomar e este não estiver integrado ou em continuidade com espaço rural.
Os técnicos têm também informado as pessoas que nos 50 metros envolventes às paredes das edificações os eucaliptos devem estar com as copas afastadas 10 metros entre si e que essa distância conta a partir da casa, ou anexo, e não dos muros da propriedade.
Tinta Ferreira salienta que a lei já existia e que deve ser cumprida, mas discorda dos prazos dados pelo governo. Entende que este corte permitirá o crescimento do mato até aos meses críticos do Verão e que o calendário estabelecido foi muito apertado, tendo em conta a falta de meios humanos e máquinas para poder cumprir a lei.
O autarca diz que os municípios vão ter que gastar mais do que deveriam no caso de os donos dos terrenos não fazerem a limpeza dentro dos prazos pois os proveitos que possam vir a obter com a venda da madeira não compensa. Por outro lado, a receita das multas aos donos que não procedam à limpeza “pode reverter em parte para o Estado Central e não na totalidade para as autarquias, que têm o custo da limpeza”, critica.
Ministro da Ciência e Ensino Superior na ESAD
No dia 24 de Março, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, esteve durante a manhã na ESAD para uma iniciativa de prevenção de incêndios.
No âmbito da ação de limpeza florestal, o governante, acompanhado por vários responsáveis do IPL e da ESAD e autarcas caldenses, limparam uma pequena parte da grande área verde onde se insere a escola de ensino superior caldense.
A visita foi marcada na véspera e não foi anunciada aos meios de comunicação social locais. O governante ainda teve tempo para visitar uma exposição de trabalhos na ESAD e uma outra que se encontra patente no Espaço Concas. Manuel Heitor fez questão de se deslocar a pé ao Centro de Artes onde teve a oportunidade de conhecer a mostra “12 Projectos, 12 Conversas”.