Sem-abrigo foram tema em foco nas Jornadas+Inclusivas

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Vítor David, na abertura das Jornadas + Inclusivas que decorreram no CCC
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Iniciativa da Viagem de Volta trouxe às Caldas cerca de uma centena de profissionais da área

Nos dias 29 e 30 de maio, no CCC, decorreram as Jornadas + Inclusivas, promovidas pela associação Viagem de Volta. Ao longo dos dois dias debateram-se temas como as políticas europeias de integração, as experiências das associações ou as barreiras à contratação de pessoas em situação de sem-abrigo. Nas jornadas estiveram mais de uma centena de participantes, um pouco de todo o país, sendo na sua maioria técnicos desta área.
Vítor David, presidente da associação Viagem de Volta, que promoveu estas jornadas, salientou a importância da partilha de diferentes experiências entre os participantes, algo que é enriquecedor para todos os que trabalham nesta área.
O responsável fez um balanço do projeto Caldas + Inclusiva e revelou que, atualmente, a associação tem um grande projeto em mãos. Trata-se de um centro de acolhimento a nível nacional, a trabalhar diretamente com a Segurança Social a nível nacional a fim de receber pessoas que necessitem de encaminhamento e algumas bases para iniciarem a sua vida ativa. É um projeto ambicioso porque não só vai acolher pessoas individualmente, como famílias, com filhos. “Há muita falta de resposta para famílias que estejam na rua”, frisou Vítor David. O centro conta com uma capacidade estimada para cerca de 30 utentes sendo para tal necessário um total próximo de 20 técnicos. “É dividido, o espaço para famílias é mais reservado”, realçou. “O projeto está feito e pensamos que possa estar a funcionar dentro de dois anos”.
A associação faz também rastreios, assinala dias festivos e faz parte do Conselho Local de Ação Social (CLAS), participando nos giros que são feitos na cidade. Nos últimos tempos, conta Vítor David, aumentou o número de pessoas em situação de sem-abrigo e “estamos a tentar perceber o porquê de ter aumentado, especialmente com pessoas que não pertencem às Caldas da Rainha, ainda não chegámos a uma conclusão”, referiu, admitindo que “houve uma altura em que melhorou bastante e no pós-pandemia piorou e, para uma cidade como as Caldas, 30 pessoas sem-abrigo é muito”.
Um dos projetos da associação é a Casa da Rainha, em parceria com a autarquia, que tem acolhido duas pessoas que estavam em situação de sem abrigo, com mais de 60 anos. Mas o projeto raiz da associação é a comunidade terapêutica que existe há 25 anos e que tem 30 utentes. Atualmente, além da Casa da Rainha, estão a trabalhar na abertura de mais uma casa para seis pessoas, em parceria com a autarquia caldense (que cedeu o espaço). Têm também uma ideia que passa pelas residências para ex-toxicodependentes porque “achamos que a nível nacional é inevitável acontecer”. O dirigente defendeu a importância de programas como o Vida-Emprego, que davam incentivos fiscais às empresas para a contratação de pessoas sem-abrigo.
Já o presidente da Câmara, Vítor Marques, lembrou a criação do NPISA (Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo) e a construção do balneário social nas Caldas, “uma das carências do nosso concelho, identificada também por parceiros da rede social”. Desta forma conseguem “assegurar condições sanitárias à populações em risco de exclusão social”. Por sua vez, Conceição Henriques, vereadora com o pelouro da Ação Social, realçou a centralização de todos os serviços sociais num só edifício e também a importância de o tornar um local agradável e com recursos humanos preparados para este trabalho. E elogiou os profissionais desta área. “É preciso retirar o estigma do recurso à áreas sociais”, defendeu. ■

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