No passado sábado realizou-se no CCC um espectáculo musical e de dança com a passagem de modelos com chocolate que marcou o arranque do Festival Internacional de Chocolate de Óbidos e que recolheu os maiores elogios pela sua qualidade e espectacularidade.
Zé Povinho interrogou-se se devia destacar pela positiva esta primeira organização conjunta dos municípios vizinhos, ou pela negativa, pelo facto de terem estado durante tantos anos de costas voltadas.
Imperou a generosidade de dar uma oportunidade a estas autarquias que tinham todas as razões para cooperar no dia a dia e continuarem a fazê-lo de forma estratégica e permanente.
Isto porque era uma forma de dar dimensão e peso específico às iniciativas de ambos os concelhos, optimizando os custos e potenciando os resultados, combinando, num caso, o elevado número de visitantes e poucos habitantes, e no outro, uma população mais vasta com insuficiência de visitantes, especialmente estrangeiros.
Zé Povinho, ao escolher os dois municípios, quer que estes garantam que estas iniciativas são para repetir com mais intensidade e profundidade.

A SIC emitiu na passada semana três reportagens intituladas “O Assalto ao Castelo”, em que descrevia com uma precisão absoluta algumas das razões que deixaram acontecer a grave crise do BES – Banco Espírito Santo.
Com os documentos trazidos a público pelo jornalista Pedro Coelho, um deles de autoria de técnicos do próprio Banco de Portugal e outro que foi confiado ao regulador pelo BPI, demonstrava-se que muito antes da resolução do BES já o grupo BES estava falido e a contaminar todo o mundo Espírito Santo.
Eventualmente, o Dr. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, poderá argumentar que teve medo de afrontar o DDT – Dono Disto Tudo, como alegoricamente era conhecido o líder do grupo BES, Ricardo Salgado.
Mas visto o filme hoje, e com os argumentos que têm sido conhecidos, o governador do Banco pouco pode argumentar a seu favor.
Teve nas suas mãos provas irrefutáveis do descalabro do Grupo e tinha a noção plena que estava perante gente que não hesitava em destruir uma economia para se tentar salvar, nem que fosse à custa do país.
Só reagiu tarde e a más horas, não podendo argumentar com o que se passou com o seu antecessor, Vítor Constâncio, porque os erros deste último eram a razão para agir de outra forma e afinal fez da mesma maneira.
E hoje está o país a penar, não pelo povo pobre e gastador, mas pelos ricos perdulários e irresponsáveis financeiramente. O governador do Banco de Portugal, apesar de não ter responsabilidade na origem do problema, tem-na por não o ter atalhado.