Socialistas caldenses defendem construção de dois hospitais no Oeste

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Caldas da Rainha e Torres Vedras são as localizações propostas, com serviços complementares entre si e compensando a falta de um hospital de maior dimensão

A construção de dois hospitais, nas Caldas da Rainha e em Torres Vedras, com serviços complementares entre si, compensando a falta de um hospital de maior dimensão, é a proposta avançada pelos caldenses Delfim Azevedo, Luís Filipe, Nuno Anjos e José Ribeiro. Convictos de que o processo de decisão do novo hospital deve ser repensado, os quatro cidadãos, militantes do PS, justificam a posição com um “SNS próximo da população, de fácil acesso e com capacidade de atração de profissionais competentes, sem prejuízo económico e social das populações afetadas”.
Os caldenses salientam que, tal como o Oeste, também para Barcelos está prevista a criação de um novo hospital, mas neste último caso, com a definição do local e perfil distinto. “A diferença no processo é de tal dimensão que se pode questionar como é possível que tal aconteça dentro de um mesmo ministério”, dizem, especificando que, para “a área de influência em causa, no Oeste caberiam três hospitais de Barcelos”. Por outro lado, a população abrangida pelo equipamento no Oeste é o dobro da de Barcelos e a “distância média entre o novo hospital do Oeste e os hospitais mais próximos é a maior a nível nacional”, concretizam.
Delfim Azevedo, Luís Filipe, Nuno Anjos e José Ribeiro, que em setembro do ano passado, escreveram uma carta aberta, que enviaram a vários membros do governo, a criticar a escolha do Bombarral para a localização do novo hospital do Oeste, voltam a manifestar a sua discordância com as opções tomadas e que consideram ser mais uma “machadada no SNS”.
Lembram que a Câmara das Caldas tem realizado “significativos investimentos” em infraestruturas do hospital, devido à falta de obras promovidas pelo Ministério da Saúde, e alertam para o desinvestimento na saúde que se tem verificado no norte do Oeste. “Tornou-se insustentável gerir um CHO com uma dispersão geográfica tão grande”, referem, lembrando que a decisão de vários autarcas oestinos em localizar o novo hospital em Torres Vedras ou Bombarral, não tem uma “razão suficientemente válida tendo em conta o SNS e os interesses das populações”. Estes cidadãos criticam o estudo inicial, que caracterizam de “mal fundamentado” e que tem-se constituído como referência para todo o processo posterior, deixando o ministério da Saúde “refém destas escolhas, acorrentado politicamente a preferências dos governantes locais e apresentadas num estudo altamente questionável, que recorreu apenas a dois critérios (tempo e distância) para o novo local”. Posteriormente, grupo de trabalho, liderado por Ana Jorge, “apenas avaliou tecnicamente a primeira opção (Casal do Urmal, Bombarral), desconsiderando as demais e redefiniu uma ULS Oeste para justificar essa opção e ultrapassando assim o objetivo da sua missão”, denunciam. E acrescentam: “foi provado que a análise técnica do local foi mal conduzida já que este não reúne as condições necessárias”.
O Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo prevê duas grandes áreas de saúde que serviriam de base para a definição das Unidades Locais de Saúde (Oeste Norte e Oeste Sul) que, “por conveniência, têm vindo a ser redefinidas pelo demissionário ministério da Saúde à medida dos tais critérios pouco claros”, denunciam. Defendem, por isso, duas ULS, centradas nos dois grandes aglomerados populacionais da região. Já a criação de um hospital numa localidade de pequena dimensão, “promove o aparecimento de mais unidades privadas nas zonas mais densamente povoadas, baseadas em seguros de saúde, levando a um progressivo desaparecimento do SNS”. Por outro lado, uma unidade de saúde localizada num local isolado tem uma capacidade de atração “extremamente reduzida” e “afasta-se ainda mais da população mais idosa”, concretizam. ■