Surto de moscas em Óbidos obriga a intervenção das autoridades

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O surto de moscas que assolou Óbidos nas últimas semanas, e causou graves prejuízos nos estabelecimentos hoteleiros e comerciais, tem vindo a desaparecer e estavam previstas medidas adicionais no decorrer desta semana.
Na passada segunda-feira foi feita uma inspecção pela Delegada de Saúde e em função do seu relatório a Câmara de Óbidos previa tomar uma posição na reunião de Câmara de quarta-feira passada.
O presidente da Câmara, Telmo Faria, confirma que receberam diversos pedidos de ajuda para resolver o problema cujo foco principal apontava para uma “exploração de aviários de perus situados na zona do Bairro da Senhora da Luz, junto da vila de Óbidos”.
De acordo com o autarca houve várias visitas ao local, onde detectaram uma “situação muito complicada” e que o próprio proprietário da exploração “reconheceu que não estava a fazer a melhor da gestão naquelas instalações”.
Face à pressão das entidades, o proprietário da exploração fez tratamentos “registando uma grande melhoria”, explicou o autarca, destacando que agora a situação já está mais controlada.
Telmo Faria disse lamentar muito esta situação, justificando que enquanto presidente da Câmara tem procurado criar um destino turístico em Óbidos e têm sido feitos investimentos avultados, ao nível da animação  e na  aprovação de empreendimentos para aumentar a oferta. “Chegamos à conclusão que é incompatível termos explorações que não tenham uma boa administração ao nível sanitário e do controle de pragas”, disse, acrescentando que já propôs, inclusive, uma deslocalização daquelas instalações.
O autarca diz mesmo que, se em períodos de mais calor “não há uma boa gestão das instalações ao nível do controle, o município tem que lhe pedir para fazer um vazio sanitário da exploração durante esse período”.
O facto desta não ter sido a primeira vez que esta situação aconteceu também levanta receios ao autarca, que também questiona a fiscalização de algumas autoridades com responsabilidades em matéria do bem estar animal.
Durante este período vários empresários de Óbidos juntaram-se e fizeram um documento a manifestar o seu desagrado e prejuízos com o surto de insectos junto da Óbidos.com. Esta associação tem tentado encontrar, em conjunto, uma possível solução para esta situação, disse o seu presidente, Luís Cajão, realçando a sua preocupação em que situações como esta não venham a afectar este destino turístico.
A Gazeta das Caldas contactou a Sociedade Avícola da Avarela, que adiantou não ser possível confirmar com exactidão que a proveniência dos insectos seja “exclusiva” dos seus aviários, disse Rita Sobreiro. A responsável daquela empresa referiu que foram reforçadas as medidas de controlo de pragas atendendo ao ano climatericamente atípico.
Como resultado das queixas recebidas pela empresa, o controlo de pragas recebeu nos últimos dias uma vistoria por uma entidade do Ministério da Agricultura, da qual se concluiu que “as boas práticas desenvolvidas neste aviário estão de acordo com o que é indicado para a actividade avícola”, disse Rita Sobreiro.
A entidade concluiu ainda, segundo Rita Sobreiro, que o nível de infestação verificado era mais do que aceitável para a actividade em causa, propondo que os mesmos se mantenham nos níveis verificados.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

Joel Ribeiro
jribeiro@gazetadascaldas.pt

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