
Quem visita a costa oeste da América do Norte (tanto no Canadá como nos EUA) fica impressionado com a qualidade de vida e o respeito pelo ambiente na maioria das zonas urbanas e nas zonas rurais que as ligam.
Não vale a pena enumerar os exemplos, mas vale em contrapartida falar de alguns casos emblemáticos, como aquele que escolhemos hoje – os jardins Butchart -, que ficam situados na ilha de Vancouver, nos arredores da cidade de Victória, capital da província canadiana da Colúmbia Britânica.
Quando a esposa do industrial do cimento, Jennie Butchart, no início do séc. XX, começou a recuperar, ambiental e paisagisticamente, uma ruína de mina de calcário abandonada pela empresa do seu marido, onde tinha construído também a sua residência, não sonhava que estava a dar início a um dos mais emblemáticos jardins privados que se encontram no mundo e que são viáveis economicamente.

No final da primeira década desse século, quando se esgotou a mina, Jennie Butchart convenceu o marido a transformar aquele local , a que
tinha acrescentado uma piscina de água salgada, uma pista de bowling, uma sala de bilhar, campos de ténis e um órgão, num imenso espaço, onde poderiam receber visitas.
Ao longo do século XX a família Butchart foi-se dedicando à construção e alargamento daquele jardim, dando-lhe uma qualidade que o tornou um ponto de atracção que recebe mais de um milhão de visitantes em cada ano. Estas pessoas vêm das regiões próxima

s para visitá-lo, dada a vitalidade e
diversidadeque ali se vive ao longo do ano, com as estações que se sucedem. Por outro lado, os turistas que passam pela região incluem esta visita no seu programa.
Os jardins ainda pertencem aos Butchart, sendo a proprietária a bisneta dos Butchart, Robin-Lee Clarke. Presentemente engloba 22 hectares de jardins florais, com as expressões mais variadas, que vão desde o Sunken garden, o primeiro espaço recuperado pela senhora Jennie Butchart, aos jardim das rosas, onde se reúnem as mais variadas espécies desta flor (cerca de 250 variedades), ao jardim japonês, onde se mostra um autêntico jardim daquele país, jardim italiano, mediterrânico, etc.

O êxito deste projecto permitiu-lhe que em 2004, cem anos depois da sua
criação, recebesse a distinção de local histórico do Canadá, com
o qualquer outro monumento fundador daquele país.
O jardim, impecavelmente cuidado, ocupa e dá trabalho diariamente a mais de 50 jardineiros, para além de todo o pessoal ligado às restantes áreas indispensáveis para assegurar a animação e comodidade para um local que reúne diariamente tanta gente. Em cada ano é assegurada a plantação de mais de um milhão de plantas para transformar aquela
área num espaço vivo em permanência. No Inverno, para assegurar a vinda de visitantes, os es


paços fechados são transformados em jardins interiores e é realizada uma iluminação natalícia que garante a atractividade naquela época do ano. Contudo, aquela região beneficia de um
microclima onde nunca se verificam temperaturas muito altas no Verão nem muito baixas no Inverno.
Os visitantes encontram vários locais para comer, lojas onde podem adquirir recordações do jardim e da região, sementes de flores, livros, doces, gelados, etc. Só nestas actividades trabalham cerca de 200 pessoas na época baixa e meio milhar na época alta. Em certos dias da semana decorrem espectáculos e realizam-se concertos musicais.

Um visitante amante da natureza encontrará motivo para prolongar uma visita no Butchart por um dia inteiro, tal é a quantidade e variedade de motivos que o podem ocupar.
JLAS
A propósito dos pavões…
Este caso dos jardins Butchart seria um bom exemplo para o Estado português e autarquias compreenderem que um jardim pode ser um investimento reprodutivo e não cometerem o caricato, como o fez recentemente o ministro da Saúde, Paulo Macedo, que criticou simploriamente o Parque das Caldas por gastar verbas na alimentação dos pavões (que não existem há tempo). Este membro do governo não percebe que o parque e a mata, bem e empresarialmente geridos, podiam constituir uma fonte de recursos para a própria instituição.
Informações úteis:
Funcionamento – O jardim está aberto em todos os dias do ano, variando os horários em função da época. Nos meses de Verão está aberto das 9h00 às 22h00 e no Inverno das 9h00 às 15h30 com algumas variantes.
Preços de entrada (sem 12% de imposto):
Verão de 15 de Junho – a 30 de Set. 29,60 dólares adulto; 14,80 dólares jovem dos 13 aos 17; 3,00 dólares
criança dos 5 aos 12 anos; Grupos: 26,64 dólares por pessoa.
Outono; mês de Outubro – 24,75 dólares adultos; 12,40 dólares jovens; 2,00 dólares crianças; 22,28 dólares grupos.
Novembro – 19,15 dólares adultos; 9,60 dólares jovens; 2,00 dólares crianças; 17,24 dólares por grupos.
Natal – 1 Dez. a 6 Jan. – 24,50 dólares adultos; 12,40 dólares jovens, 3,00 dólares crianças; 22,05 dólares grupos.
Inverno – 7 a 14 de Janeiro – 16,70 dólares adultos; 8,35 dólares jovens; 2,00 dólares crianças; 15.03 dólares grupos;
15 de Janeiro a 20 de Março – 22,40 dólares adultos, 11,20 dólares jovens, 2, 00 dólares crianças, 20,16 dólares grupos.
Primavera – 21 de Março a 14 de Junho – 28,10 dólares adultos, 14,05 dólares jovens, 2,00 dólares crianças, 25,29 dólares grupos.