Durante três semanas, 100 dos 380 trabalhadores da Vista Alegre-Atlantis, em Alcobaça, estiveram paralisados diariamente durante duas horas. O protesto, que chegou ao fim no passado dia 30 de Março, serviu para reclamar aumentos salariais que permitam fazer frente ao “brutal aumento do custo de vida verificados nos últimos meses”.
A explicação foi dada à Gazeta das Caldas por Etelvina Rosa, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira, que tem acompanhado o caso. A dirigente diz que ao longo de uma década os trabalhadores daquela unidade, localizada no Casal da Areia, “não tiveram quaisquer aumentos salariais numa meia dúzia de anos”. Já nos anos em que houve aumento, aponta que estes foram demasiado baixos: 2% em 2010 e 1% em 2011.
A greve parcial e sequencial pretendeu reclamar um aumento na ordem dos 30 euros por mês para os trabalhadores da unidade. “São trabalhadores extremamente qualificados mas que têm ordenados em média muito baixos”, diz a dirigente sindical. A mesma responsável diz que na empresa os salários rondam os 500 euros nos acabamentos e os 700 euros nas secções do forno e lapidação.
A dirigente sindical diz que já houve duas reuniões com a administração da empresa, que pertence ao Grupo Visabeira, “mas a resposta que recebemos é que não há condições para aumentos na conjuntura económica nacional e internacional, mas nem sequer dizem que não há condições dentro da empresa”, que no ano passado terá obtido resultados líquidos positivos, coisa que já não acontecia há algum tempo. Por isso, os trabalhadores não desistem de reclamar um aumento que consideram ser justo e merecido e insistem na negociação com a administração. O ponto de partida para as conversações com a empresa é um aumento mínimo de 30 euros mensais. Um valor que Etelvina Rosa diz ser “negociável”. Para já, aguarda-se nova reunião com a administração e não se afasta a possibilidade de novas acções de luta, que poderão decorrer ainda neste mês de Abril.
Gazeta das Caldas tentou, sem sucesso, falar com a administração da Vista Alegre-Atlantis. Depois de vários telefonemas para diferentes departamentos da empresa, a última indicação que obtivemos foi para contactar um número que não funcionava.
Joana Fialho
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