Desta vez, nosa Sabores do Mundo, da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, os alunos não tinham uma ementa já definida. O desafio deste dia 16 de Abril era chegar, escolher o que cozinhar e confeccioná-lo. O resultado foi dobrada, bacalhau e até um pastel de nata, num repasto onde estiveram dois ex-alunos de Lisboa, da primeira escola de hotelaria e turismo nacional.
Para começar este almoço tipicamente português foi-nos servido um aperitivo composto por néctar de pêssego e espumante do Bairrada, que mostrou uma boa junção de sabores.
Para as entradas foi escolhido um prato tipicamente nortenho – a dobrada – que tinha um gosto intenso e saboroso. A carne estava bem cozinhada e o vinho escolhido para acompanhar, o Porca de Murça branco de 2012 (do Douro), revelou-se uma excelente escolha pelo gosto frutado e fresco.
De seguida veio o bacalhau com puré de beringela e batata, que estava bem elaborado. Os rabanetes deram-lhe um ar colorido e do ponto de vista gustativo conferiram uma outra dimensão ao prato. O bacalhau estava muito saboroso, a crosta de amêndoas e ervas aromáticas foi bem conseguida e a cama de cebola e o puré de beringela deram-lhe um toque de inovação.
O prato de carne era entremeada cozinhada a baixas temperaturas (leva seis horas a 65 graus para estar pronta) acompanhada com polenta e legumes (espargos, couve-de-bruxelas, pickles de funcho, entre outros). A polenta feita com abóbora e farinha de milho tinha um gosto muito agradável, mas foi do ponto de vista estético que este prato surpreendeu mais, com muita cor.
Para acompanhar os pratos de carne e peixe foi servido o bombarralense Cerejeiras tinto, de 2010, que se mostrou um vinho com um aroma e um gosto frutado e macio. Como alternativa havia sumo de laranja.
Para a sobremesa o típico pastel de nata, mas com um ar de modernidade, graças ao ar de canela (espuma conseguida através de processos da cozinha molecular – lecitina de soja). A massa estava muito estaladiça, mas apetitosa e o recheio foi totalmente conseguido.
Para acompanhar o pastel de nata, um white russian (vodka, licor de café e natas batidas).
Em acção estiveram as turmas finalistas de Técnico de Cozinha e Pastelaria e de Técnico de Serviço de Restauração e Bebidas, orientados pelos chefs Luís Tarenta e Rosa, respectivamente.
Luís Tarenta explicou que os alunos “primaram pela simplicidade”. Contas feitas, e notando que neste dia os alunos não tinham a ementa pré-definida, “no geral, estava aceitável”, disse o chef.
Já Daniel Pinto, director da escola, aproveitou a oportunidade para revelar que os exames dos alunos (que se vão realizar a 30 de Abril, 7 e 21 de Maio) serão, este ano, avaliados também pelos clientes. Isto porque os almoços em que serão avaliados terão lugar no restaurante de aplicação, podendo os clientes dar uma nota ao serviço e à confecção da comida.
O director da escola aproveitou também para se regozijar pela a participação de Adriana Aleixo na Taça Georges Baptiste, que este ano se realizou em Paris e que premeia jovens alunos de escolas de hotelaria e turismo da Europa, onde a jovem conseguiu o terceiro lugar.
Os dois ex-alunos da primeira escola de hotelaria e turismo a nível nacional, em Lisboa, tentaram passar aos jovens a noção de que tem de se gostar daquilo que se faz, para fazer desta área a profissão. José Manuel Salgado, que entrou para a referida escola em 1967/68, lembrou que neste ramo, “temos até de ser meteorologistas, para jogar com as estações do ano”. Já Franklin Mateus Agostinho destacou a preparação dos alunos, “a qualidade da cozinha e do serviço prestado” numa escola que não conhecia.