Agregação dos dois concelhos permitirá ganhar dimensão e ter acesso a fundos
Na sequência das discussões em curso em Bruxelas para a criação da NUT 2 Vale do Tejo e Oeste, está em estudo a possibilidade da integração de municípios numa nova lógica comunitária para aumentar o peso específico das autarquias locais e a criação de uma dimensão para melhor afirmarem a sua estratégia.
Uma das hipóteses que tem raízes na criação de Caldas da Rainha, no termo de Óbidos no final do século XV, passa pela fusão de Óbidos, vila secular anterior à cidade termal, com Caldas, voltando a utilizar-se o termo original de “Caldas de Óbidos da Rainha”.
Assim, a agregação dos dois concelhos permite atingir uma dimensão de 75 mil habitantes num horizonte de 2030, cobrindo uma área de cerca de 400 km2, onde passa a existir um forte centro turístico centrado em Óbidos e um centro comercial e termal à roda das Caldas. A concretizar-se a construção do Centro Hospitalar do Oeste entre ambos os concelhos e a ampliação do Parque Tecnológico também num espaço cobrindo ambos os concelhos e chegando próximo da Escola Superior de Artes e Design no quadro da futura Universidade Politécnica de Leiria, estarão criadas as bases de um campus tecnológico e das artes e indústrias criativas, com uma imagem que se projetaria mundialmente.
Igualmente esta formulação urbana, que cumpre os desígnios de Bruxelas já indiciados aquando da crise de 2012 e da intervenção da troika, permitem o acesso a novos fundos que se apontam para novos quadros comunitários de relevância qualitativa.
No próximo sábado haverá o primeiro meeting informal on-line juntando responsáveis das várias áreas, havendo uma vontade férrea dos responsáveis de Bruxelas de fazer vencer esta ideia que poderá ser uma imagem forte para outras associações no nosso país e noutros países europeus.
A interligação estratégica entre os dois municípios com os recursos existentes e a procura que ambos já têm, especialmente Óbidos em termos turísticos e Caldas em termos económicos, criarão uma oportunidade única e ganhadora para ambos, quebrando-se finalmente os anticorpos atávicos que têm existido entre ambos os concelhos.
Nem o nome do futuro concelho pode por em causa os espíritos mais recalcitrantes, uma vez que se trata do melhor dos dois e com força de marketing que os especialistas consideraram ganhadora.
Vamos a ver como tal vai ser dirimido, esperando-se que os outros concelhos que se vêem ultrapassados por esta dinâmica e que vão criar dificuldades não prejudiquem o objetivo, podendo haver alguns confinantes com esta área conjunta que também possam querer participar no mesmo agrupamento. ■