A propósito do Dia dos Namorados, recordamos uma história de amor ligada à Gazeta das Caldas. Sofia Constantino e José Pedro Meireles namoram há quase 11 anos e celebram o amor, com uma bebé
A edição de 23 de fevereiro de 2014 da Gazeta das Caldas noticiava o jantar dos vencedores de um passatempo promovido pelo jornal em parceria com o Hotel Sana Silver Coast por ocasião do Dia dos Namorados. O prémio era um jantar romântico no dia de S. Valentim, no restaurante daquela unidade hoteleira e os vencedores foram Sofia Constantino e José Pedro Meireles. Sete anos depois, e por ocasião do Dia dos Namorados, a Gazeta das Caldas foi falar com este casal e recordar esta história de amor.
O passatempo pedia aos participantes para enviarem uma frase e a que este casal enviou ainda hoje, sete anos depois, está na ponta da língua de ambos, ou não fosse ela a expressão do que foram os primeiros anos enquanto namorados. “245 quilómetros eu vou rolar, se a Gazeta me deixar, com a minha amada ao Sana Silver Coast ir jantar” era a frase. É que José Pedro Meireles é de Matosinhos e Sofia Constantino é das Caldas. Conheceram-se pela Internet e em 2010 começaram a namorar, não no dia 14 de fevereiro, mas dois dias depois.
O recorte do jornal de 2014, que ambos guardam religiosamente, conta que foi nesse dia 16 de fevereiro que “José Meireles veio às Caldas firmar o enamoramento”. Veio de Expresso, chegou por volta das 15h30 e encontraram-se no Café Maratona. Só que como no dia seguinte tinha de trabalhar, regressou ao Porto no mesmo dia e, curiosamente, com o mesmo motorista que o tinha trazido até à cidade termal.
Em 2014, quando foram entrevistados pela Gazeta, o casal estava junto de 15 em 15 dias. José Meireles vinha para as Caldas à sexta-feira e ficava durante o fim de semana, mas quando começaram a namorar só vinha ao domingo.
Deixava a Invicta às 6h30 da manhã e chegava às Caldas ao meio- dia. Depois, por volta das sete da tarde, apanhava novo Expresso com direção ao Norte e chegava a casa à meia-noite. “Passava mais tempo dentro do Expresso do que nas Caldas”, recorda o apaixonado nortenho.
“Pensava que ia passar fome”
Sete anos depois, o jantar que tiveram no Sana não está esquecido. “Não nos esquecemos! Gostámos muito!”, contam.
“Lembro-me que na altura ele dizia que ia ficar com fome”, relembra, animada, a caldense. “No Norte estamos habituados a comer muita quantidade e via os pratos com pequenas porções de comida e pensei que ia ficar com fome, mas estava tudo bom e não fiquei nada com fome!”, explica, entre risos, o vencedor do passatempo.
Outro pormenor delicioso desta história é que em 2014 José Meireles dizia à Gazeta que o seu sonho “era vir morar para cá”. E a verdade é que esse sonho já se concretizou. Foi em dezembro de 2016 que o nortenho veio viver com a sua amada para a cidade termal e por cá ficou.
Desta bonita história de amor já nasceu uma menina, a pequena Francisca, que tem 19 meses. “Foi no dia 1 de setembro de 2019 que nasceu a nossa guerreira, a nossa conimbricense, que é a nossa maior alegria e por quem fazemos tudo”, contam, babados, os pais.
Guerreira porque a pequenina nasceu com lábio leporino e fenda palatina, uma doença genética e estética que já obrigou a duas operações. Tal tem implicações na vida de um casal, obrigando, por exemplo, a várias deslocações a Coimbra, num percurso que os leva a elogiar e agradecer a todos os médicos com que conviveram. O acompanhamento que obtiveram da parte dos profissionais de saúde foi, nas suas palavras, inexcedível.
Esta condição da sorridente Francisca levou-os a terem de, por exemplo, encomendar biberões específicos e mais caros, “que agora até se encontram, mas na altura não havia em Portugal”. Na opinião deste casal, é preciso dar a conhecer estas situações, até para combater algum estigma que possa existir.
Nesta verdadeira “aventura” de criar uma bebé, Sofia e José têm contado também com a ajuda e o apoio de vários amigos, conhecidos e até pessoas que não conhecem, mas que têm sido fundamentais.
Partilha das tarefas
O casal conta que a união entre os dois, o amor e a partilha das tarefas são “chaves” para o sucesso do relacionamento. “Não quer dizer que não exista uma discussão, mas é ultrapassada com o dia a dia”, salientam os protagonistas deste romance do século XXI.
O casal não costuma celebrar o dia de S. Valentim, porque comemoram o aniversário de namoro dois dias depois.
“Ele compra sempre uma flor”, assume Sofia. E, quando o dia 16 calha a uma terça-feira, como aconteceu no ano em que se conheceram, vão ao Maratona beber café e recordar o início. “Quando conseguimos gostamos de ficar na mesma mesa que ficámos”, notam.
Este ano, em confinamento, vão celebrar com um jantar especial, em casa. “Ele faz a comida e eu a sobremesa”, disse-nos Sofia.
Em conversa com a Gazeta das Caldas, este apaixonado confessou mesmo que quando a vida do casal estiver mais estabilizada quer propôr a sua amada em casamento. Será também notícia? ■
Propostas para um Dia dos Namorados diferente
Este ano, em confinamento, não haverá jantares como era habitual até aqui, mas vários restaurantes estão a desenvolver menus temáticos para vender em take away, por forma a proporcionarem uma noite diferente.
Outra opção para assinalar a data é passar a noite num hotel. No MH Hotels, em Peniche, há um pacote de uma ou duas noites com jantar de marisco e oferta de espumante,
No Your Hotel & Spa, em Alcobaça, há também vários programas com circuitos de hidroterapia, massagens, banhos duplos com espumante ou “apenas” alojamento.
Jantar especial em casa
Outra opção é jantar em casa. Goretti Costa, que vive na Delgada (Bombarral) costuma celebrar todos os anos e 2021 não será exceção. “Normalmente saímos neste dia e vamos a um restaurante, mas também já aconteceu ficarmos em casa a jantar à luz das velas, que é o que vai ser este ano”, contou à Gazeta das Caldas. Para assinalar a data o repasto será feito junto à lareira e com uma comida especial. “Jantares destes não são comuns, tem de ser uma coisa mais sofisticada e intimista”, faz notar, acrescentando que também celebram todos os dias 3 com um jantar, porque foi nesse dia que se conheceram. Goretti Costa até considera que o Dia de São Valentim se tornou uma manobra de marketing, mas isso não quer dizer que não deva ser assinalado. ■