A zona da Orbitur vai ser reabilitada para poder ter mais utilização por parte das pessoas que visitam o Parque D. Carlos I. O projecto de arquitectura inclui a criação de um pequeno auditório e percursos pedestres. A junta de freguesia vai convidar a ESAD para conceber os bancos a colocar naquele espaço, que terá também um jardim com plantas autóctones.
São cerca de 500 metros ao longo da extrema sul do Parque que serão requalificados. Trata-se da zona que é a menos frequentada e, embora esteja limpa, necessita de valorização.
Naquele espaço funcionou o parque de campismo da Orbitur entre 1963 e 1997, tendo ficado desde então como uma zona menos nobre do Parque.
O projecto de arquitectura paisagista, coordenado por Miguel Coelho de Sousa, prevê a criação de um jardim de plantas autóctones, que precisam de pouca rega, e a instalação de algumas peças realizadas nos simpósios Escultura em Pedra (Simpetra) e disponibilizadas pelo Centro de Artes caldense.
De acordo com o estudo prévio a que a Gazeta das Caldas teve acesso, deverão ser colocadas sete esculturas que constituem “uma inegável contribuição para o valor patrimonial da Mata e do Parque e para a dinamização dos seus percursos, estadas e pontos focais”. Além das esculturas em pedra, está também prevista a colocação de apontamentos de cerâmica vidrada em bancos e muros. Será feito um desafio à ESAD para que possam ser os alunos e docentes a idealizar os bancos ali a colocar.
O projecto prevê ainda a abertura de um novo acesso à Mata, na Rua Visconde de Sacavém, que deverá ter um portão idêntico ao das restantes entradas existentes. O pavimento a colocar deve ser saibro, material tradicional nos jardins históricos e que também já é empregue no resto do Parque.
O estudo prévio apresenta uma estimativa orçamental de 226.600 euros, mas a Junta de Freguesia está a trabalhar com a Câmara e o CEERDL no sentido de fazer o maior número possível de intervenções com meios próprios, e está a fazer parcerias com empresas, por exemplo, de sementes. Esse trabalho que está agora a ser apurado permitirá diminuir bastante o valor previsto.
Vítor Marques, presidente da freguesia, explicou à Gazeta das Caldas que o projecto já foi enviado para a Direcção Geral do Património Cultural e que após esta entidade se pronunciar, seguirá para aprovação na Câmara e Assembleia Municipal. O autarca gostaria que a intervenção pudesse ser feita durante o próximo ano, de modo a que em Outubro de 2018 possam estar a fazer as primeiras sementeiras.
Os nomes das árvores
Aesculus hippocastanum, photinia serrulata e ceratonia siliqua. Provavelmente estes nomes científicos não lhe dizem nada, mas se falarmos de castanheiro da Índia, fotínia e alfarrobeira já conhecerá as árvores e sabe que elas vivem no Parque D. Carlos I.
Estes nomes científicos, que se encontram devidamente assinalados em placas junto às respectivas árvores, resultado de um levantamento feito por 16 alunos da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
Ao todo já foram identificadas 23 árvores e o projecto poderá ter continuidade este ano lectivo. Vítor Marques gostaria que as propostas de divulgação e valorização do Parque D. Carlos I partissem dos próprios agrupamentos escolares, mas se tal não acontecer, há a possibilidade da arquitecta paisagista afecta à junta (que acompanhou todo o processo) finalizar a identificação das árvores.
Este trabalho compreende ainda um roteiro, que será disponibilizado no site da junta de freguesia, e mapas a distribuir pelos visitantes. F.F