Dia Internacional da Mulher

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Um destaque da Gazeta dedicado às mulheres

Que sentido faz em 2019 um Dia Internacional da Mulher? Esta foi uma de três perguntas que fizemos a 21 mulheres com cargos de destaque em diversas áreas, a propósito do dia que hoje se comemora. Portugal até está bem situado nos rankings da igualdade do género ao nível mundial, mas tem maus resultados ao nível da Europa (que é com quem nos devemos comparar). As mulheres portuguesas atingiram em poucas décadas patamares de igualdade e superioridade em inúmeras profissões e ocupam cargos de destaque na academia, nas escolas, nos hospitais, nos tribunais, nos laboratórios, nas empresas. Mas ao nível político, apesar de já ter havido uma mulher primeiro-ministro (Maria de Lurdes Pintassilgo entre Agosto de 1979 a Janeiro de 1980) os governos ainda são compostos por uma maioria de homens. A situação é pior na administração das grandes empresas e dos bancos: as mulheres podem ter cargos de primeira linha, mas são os homens que ocupam os cargos de decisão nos conselhos de administração.
A nossa região acompanha as tendências nacionais. Todos os municípios do Oeste têm nos órgãos autárquicos mais homens do que mulheres (e as que tem são na maioria dos casos para responder às quotas). A maioria das empresas é também gerida por homens.
Para além dos rankings da igualdade do género, há uma outra estatística negra que é a do número de mulheres vítimas de violência doméstica e assassinadas às mãos dos seus ex-maridos ou namorados e que merece uma permanente denúncia para além de medidas eficazes por parte das autoridades.
O destaque que esta semana damos ao Dia Internacional da Mulher, em que convidamos duas dezenas de mulheres a falarem sobre a igualdade do género, é um contributo para um debate que faz falta na sociedade portuguesa.