As brincadeiras na água são atrativas para qualquer criança. A água desperta a curiosidade, a experimentação e a imaginação. Contudo, todos os anos continuamos a ouvir demasiadas notícias de afogamentos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o afogamento consiste no comprometimento das vias respiratórias em resultado de imersão ou submersão num líquido, podendo ou não ser fatal. Este normalmente ocorre de maneira rápida e silenciosa. Em apenas dois minutos de submersão, a criança perde a consciência. Após quatro minutos, podem ocorrer danos irreversíveis no cérebro.
Segundo o Relatório de Afogamentos em Crianças e Jovens em Portugal, entre 2002 e 2016 ocorreram 215 afogamentos com desfecho fatal em crianças e jovens e 512 internamentos na sequência de um afogamento. Apesar de existirem afogamentos em todos os meses do ano, julho e agosto são os mais implicados.
Quanto à idade, mais de metade das vítimas tinha menos de 10 anos, 33,5% inferior a 4 anos, tendo os rapazes maior risco de afogamentos. Cerca de metade dos afogamentos ocorreu em planos de água construídos (tanques, poços, piscinas) e a outra metade em planos de água naturais (praias, rios/ribeiras/lagoas).
É imperativo que todos os pais e cuidadores de crianças e jovens adotem medidas de PREVENÇÃO. Ficam aqui alguns conselhos:
• Perto de água não perca as crianças de vista nem por um segundo. Redobre a vigilância com as mais novas ou com necessidades especiais.
• Dificulte o acesso das crianças aos locais com água: vede as piscinas e tanques e cubra poços. Escolha praias e piscinas vigiadas e cumpra a sinalização e instruções do nadador salvador.
• Coloque sempre colete salva-vidas às crianças em águas agitadas, turvas ou profundas. Coloque braçadeiras às crianças em águas paradas, transparentes e pouco profundas.
• Ensine as crianças em idade escolar a nadar, mas mantenha uma vigilância próxima. Ensine-as a não mergulhar em pontões ou em zonas cuja profundidade da água ou existência de rochas submersas ou desníveis seja desconhecida.
• Esteja atento às clássicas brincadeiras de crianças onde os empurrões e os “afundas” são frequentes.
• Aprenda a fazer reanimação cardio-respiratória. Esse gesto pode salvar uma vida.
• Em caso de afogamento, ligue 112.
Vamos todos contribuir para que este Verão seja diferente dos outros!
Ana Rita Constante
Associação de Saúde Infantil de Caldas da Rainha