Considera-se vómito a expulsão forçada de conteúdo gástrico pela boca e pode estar associado a náuseas, palidez e sensação de mal-estar. Já a diarreia é uma alteração no volume e consistência das fezes e está associada a um aumento do número de dejeções diárias. A causa mais comum de vómitos e diarreia na criança é a gastroenterite aguda, que é frequentemente causada por vírus.
O principal risco destes sintomas, principalmente quando associados, é a desidratação, pelo que é importante saber reconhecer os seus sinais de alarme na criança. Assim, os cuidadores devem estar atentos a se a criança se apresenta muito irritada ou, pelo contrário, prostrada ou sonolenta. A sede exagerada, os olhos encovados, a diminuição do volume de urina e a perda de peso são também sinais importantes que devem ser tidos em consideração.
Na criança que se encontra com vómitos, imediatamente após ter vomitado, deve ser realizada uma pausa alimentar (não come nem bebe nada) durante 30 minutos. Esta pausa deve ser reiniciada sempre que ocorrer um novo episódio de vómito. Após este tempo deve ser oferecido soro de hidratação oral de 5 em 5 minutos, durante 30 minutos e vai-se aumentando o volume oferecido de acordo com a tolerância da criança. Quando parar de vomitar deve ser iniciada uma dieta ligeira pobre em gorduras, em pequenas quantidades, nunca forçando a criança a comer. Exemplos de alimentos são as bolachas, a gelatina e o leite ou iogurte. Se amamenta o seu filho deverá continuar a fazê-lo. Já no caso da diarreia, devem ser oferecidos líquidos, nomeadamente, o soro de hidratação oral várias vezes ao dia, de forma a compensar as perdas pelas fezes. A alimentação deverá ser introduzida gradualmente, incluindo o leite. Não devem ser dados medicamentos para parar a diarreia!
Deverá recorrer ao médico se a criança apresentar sinais de desidratação, vómitos ou diarreia com sangue, ou outro sinal de gravidade. ■
Dra Joana Antunes Pereira
Dra Maria Inês Brito
Dra Sara Santos