O projeto-piloto, dinamizado pela Unidade de Saúde Pública Zé Povinho, será apresentado em Peniche
O Dia Mundial contra as Hepatites (28 de julho), foi a data escolhida para a apresentação do projeto “Hep-ØN – Micro-eliminação das Hepatites Virais no Oeste Norte”, no Hotel MH Peniche, a partir das 14h30. Dinamizado pela Unidade de Saúde Pública (USP) Zé Povinho, do ACeS Oeste Norte, e com o apoio da Acompanha – Cooperativa de Solidariedade Social, o projeto será implementado, numa primeira fase, como um projeto-piloto no concelho de Peniche, sendo avaliado faseadamente o seu escalonamento para os restantes concelhos que constituem o ACeS Oeste Norte. A escolha de Peniche recai, precisamente, por ser uma região piscatória, com elevada taxa de migrantes e de pessoas com consumos de substâncias ilícitas, envelhecida e empobrecida relativamente ao resto do país, refere a Acompanha em nota de imprensa.
O projeto tem por objetivo contribuir para a diminuição de novos casos de hepatites virais (B e C) e para a redução da mortalidade atribuível a estas infeções nos utentes do ACeS Oeste Norte, através da realização de rastreios (pelo menos uma vez na vida), melhorar a rede de referenciação com os cuidados hospitalares, o tratamento e apoio social e capacitar os profissionais e a população em geral sobre prevenção, diagnóstico e tratamento.
Indo de encontro às metas da Organização Mundial de Saúde, de redução da incidência de novas hepatites crónicas e da mortalidade associada a estas infeções, o projeto prevê aumentar em 33% o rastreio ao VHB e VHC na área de influência do ACeS Oeste Norte, integrando o rastreio sistemático nos procedimentos deste agrupamento até 2024. Irá encaminhar e acompanhar 50% dos utentes com rastreio positivo e iniciar o tratamento a 75%dos doentes. Pretende ainda formar os profissionais de saúde do agrupamento relativamente ao tema “Hepatites Virais” na sua dimensão global, com três sessões de formação anualmente e criar, até ao final de 2023, a consulta descentralizada de hepatites virais no ACeS Oeste Norte, concretiza.
Serão abrangidas pessoas que utilizam drogas não injetáveis e injetáveis, dadores de sangue, dadores de órgãos, hemodialisados e de diálise peritoneal, população em situação de reclusão, HSH (homens que fazem sexo com homens), trabalhadores e trabalhadoras do sexo e seus clientes, população sem-abrigo e populações migrantes. A região é caracterizada por uma população migrante oriunda do Brasil, do Leste e da Ásia, em situação irregular, resultando, muitas vezes, em situações de vulnerabilidade socioeconómica.
O projeto é gerido pela médica interna de formação especializada em Saúde Pública, Patrícia Pita Ferreira, que na equipa conta também com Renato Martins, médico de Saúde Pública, e Ana Cristina Pecante, coordenadora da USP Zé Povinho, do ACeS-Oeste Norte. A executá-lo estão profissionais de saúde daquela USP, mas também da UCSP de Peniche, da USF Marés, USF de Tornada, USF Rainha D. Leonor e USF Bordalo Pinheiro.
Os interlocutores, que representam os cuidados de saúde hospitalares e o apoio social comunitário, são Cristina Teotónio e Madalena Malheiros, respetivamente, diretora do serviço de urgência do Hospital das Caldas da Rainha (CHO) e diretora técnica da Acompanha (Cooperativa de Solidariedade Social). ■