O antigo transtorno da identidade de género, agora chamado de “disforia de género”, reflete a angústia sofrida pela pessoa que não se identifica com o seu sexo de nascimento.
Aquando das ecografias e depois do nascimento, face à aparência da genitália externa – masculina ou feminina – os pais e a sociedade em geral moldam toda a comunicação e interação com a criança. São diferentes as formas de vestir, de educar e é diferente o que se espera dos meninos e das meninas.
O transtorno é patente quando os meninos não se identificam com brincadeiras de meninos, com a forma de vestir, com o padrão habitual masculino; quando meninas não se reveêm na desejabilidade social do papel feminino. Sentem que estão presos no corpo errado e desejam ser aceites como sendo do sexo oposto àquele que lhe foi “atribuído” à nascença.
Este sentimento de inadequação ao seu género de nascimento causa um enorme desconforto. Devemos estar especialmente atentos e disponíveis a ouvir e ajudar, sem repreender ou contestar, de forma a aliviar uma carga emocional já de si tão complexa. Esta não identificação leva à procura de soluções.
O diagnóstico de Disforia de Género demora cerca de seis meses e é realizado por uma equipa de especialistas – psicólogos, psiquiatras, sexólogos e uma panóplia de exames específicos.
Segue-se a intervenção endócrina, terapêutica hormonal, prescrita por um endocrinologista, para a vida toda. A mais desejada em primeira instância. Este tratamento induz modificações progressivas características do sexo desejado e deve ser feito durante pelo menos um ano e meio antes do início dos procedimentos cirúrgicos.
O acompanhamento psicológico é indispensável e deve ter início o quanto antes.
Mais uma vez, é fundamental estarmos atentos e disponíveis para os que estão mesmo ao nosso lado!