Gigantes dos telemóveis abrem mercado

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Depois de afirmar como marca referência nos smarphones e aparelhos para a casa, a Xiaomi lançou o seu primeiro carro
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Fabricantes tradicionais ainda são a referência, mas têm hegemonia ameaçada
Já pensou se pudesse ter um carro da mesma marca que o seu telemóvel? A ideia pode ter algo de absurdo, mas essa é uma realidade cada vez mais próxima. O advento do automóvel elétrico veio criar uma disrupção no panorama dos fabricantes de automóveis e abrir as portas deste mercado a gigantes tecnológicas.
A Tesla, que atualmente domina a venda de automóveis elétricos, é disso um paradigma e acabou por mostrar o caminho. O empreendedor e visionário Elon Musk começou a desenvolver a marca há cerca de 20 anos, exclusivamente para o mercado de elétricos a bateria, foi desbravando caminho e atualmente tem já, em Portugal, uma quota de mercado de perto dos 5%, depois de ter lançado o primeiro modelo, o Model S, em 2012.
Com esse trabalho feito pela Tesla, quer no desenvolvimento das plataformas, quer da tecnologia, ao que se aliou mudanças nas políticas relativas ao automóvel e nos padrões de consumo, outros fabricantes seguiram esses passos.
A substituição dos motores de combustão interna, cujo desenvolvimento representa investimentos de milhares de milhões de euros para manter os propulsores dentro das normas antipoluição nos mercados europeu e norte-americano, por motores elétricos e conjuntos de baterias que são desenvolvidas e fabricadas por terceiros, tornou mais apetecível a entrada dessas empresas no mercado.
Hoje, a grande rival da Tesla no mercado exclusivo de elétricos é a chinesa BYD (de Build Your Dreams), a sexta marca que mais vende automóveis elétricos em Portugal, apesar de só cá ter chegado no ano passado. A BYD vem de um grupo empresarial que começou por fabricar, precisamente baterias, em 1995. Desenvolveu-se para fabricar outros produtos dentro da eletrónica, painéis solares e outras soluções energéticas, acabando por surgir também no mercado automóvel.
Mas este não é exemplo único. Gigantes tecnológicas estão a seguir o exemplo e marcas que associamos mais facilmente a smartphones, também estão a desenvolver os seus próprios automóveis. Também da China, já este ano a Xiaomi, uma marca com apenas 13 anos de existência, lançou o seu primeiro automóvel elétrico, o SU7. É um modelo com um marcado cariz desportivo, mas que visa também demonstrar o poder do desenvolvimento tecnológico da marca. O SU7 é operado com um sistema operativo idêntico ao que a Xiaomi vai adotar nos seus smartphones, tem na consola central um tablet da marca, mas sob “a pele” tem muita tecnologia própria desenhada especificamente para o automóvel, incluindo um sistema de piloto automático próprio.
Também a Huawei, um dos maiores fabricantes de dispositivos móveis a nível global, tem vindo a apresentar alguns modelos que, apesar de não serem construídos pela própria empresa, utilizam tecnologia de ponta por ela desenvolvida.
Entrando no campo dos rumores, há largos anos que é ventilada a possibilidade de a Apple, fabricante do iPhone, lançar o seu próprio automóvel. É conhecido o esforço que a empresa de Cupertino tem vindo a fazer no desenvolvimento da tecnologia de condução autónoma, assim com a “troca” de engenheiros que tem existido entre a Apple e as suas rivais norte-americanas nesta área, Google e Tesla, o que indica que os aficionados da marca poderão juntar, dentro de algum tempo, o iCar ao iPhone.
Certo é que um mercado automóvel dominado pelas marcas clássicas é uma realidade que tem os dias contados. ■
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