Ruben Correia começou na caldense Makewise, depois de se formar em Engenharia Informática
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Ruben Correia é Chief Technical Titan na Critical Techworks, empresa que desenvolve soluções tecnológicas em toda a linha para a marca alemã. O caldense comanda equipas ligadas à produção
Há um caldense a trabalhar para uma empresa que desenvolve tecnologia de ponta para a BMW. Ruben Correia formou-se em Engenharia Informática e o seu percurso levou-o até uma das empresas que desenvolve soluções informáticas em toda a linha para a marca alemã de automóveis de luxo, na qual Chief Technical Titan, um nome “fora da caixa” para descrever a sua função de chefe de unidade.
Como é que um engenheiro informático acaba a trabalhar numa das maiores construtoras de automóveis do mundo? São realidades que podem, aparentemente, estar desconectadas, mas hoje, cada vez mais, andam mais juntas, até porque a revolução do automóvel tem passado muito pelo desenvolvimento tecnológico, que no caso da Critical Teckworks, a empresa na qual Ruben Correia é Chief Technical Titan, é transversal a toda a BMW.
Mas comecemos pelo início. Ruben Correia formou-se em Engenharia Informática, mais precisamente, no início, em Computadores e Telemática, na Universidade de Aveiro.
Curiosamente, o primeiro emprego foi na empresa caldense conhecida por desenvolver o sistema da Via Verde para a Brisa, a Makewise. Ali ficou por cinco anos, até 2012. “As opções que há aqui na região não são muito alinhadas com aquilo que era a minha expectativa”, recorda, por isso conheceu outras realidades. “Trabalhei em várias empresas com alguns clientes importantes, como a Meo, e com empresas do setor dos media, como o grupo Global Media e o grupo RTP, para desenvolver algumas soluções digitais”, conta. Passou, também, pela Vodafone e, depois de uma passagem pela Zalando, uma empresa de e-commerce em Lisboa, chegou à Critical Techworks.
A Critical Software tinha criado, há cerca de seis meses, uma joint-venture com a BMW para o desenvolvimento de tecnologia. “A BMW tem vários hubs de desenvolvimento no mundo inteiro, neste momento somos o maior hub que a BMW tem a nível do mundo, somos uma das maiores empresas de IT em Portugal e estamos cada vez mais presentes em tudo o que é o desenvolvimento de software da BMW”, refere Ruben Correia.
“Fui lá parar por vicissitudes da vida, mas, de certa forma, também por ser um fã da BMW, juntou-se o útil ao agradável. Pude prosseguir a minha carreira profissional enquanto developer e depois com outras funções junto da BMW”, acrescenta.
A Critical Techworks tem duas grandes áreas de atuação. “Temos a área de onboard, que é para o carro, onde estamos a desenvolver desde software para as ECUs, para o infotainment, para os sistemas de navegação”, refere. Um dos exemplos é o complexo ecrã que desce do tejadilho do luxuoso Serie 7, que foi totalmente desenvolvido pela empresa. “Pessoas que tenham um BMW comprado nos últimos dois ou três anos já terão software que tem sido desenvolvido cá em Portugal, pelos nossos colegas”, aponta.
A segunda grande área, que é aquela à qual Ruben Correia está ligado, é a parte do planeamento de produção. “Estamos em todo o processo, desde a idealização inicial de um carro, à fase de produção, a logística, e depois vendas, pós-vendas, incluindo participação nos serviços financeiros”, conta.
Um dos processos que passam pelas equipas lideradas por Ruben Correia é tudo o que é software de interação com o utilizador. “Temos uma presença muito forte neste novo modelo de vendas de carros online, que a BMW lançou no início deste anos em alguns mercados selecionados, que é uma forma revolucionária para a BMW vender carros”, adianta Ruben Correia.
A unidade liderada pelo caldense trabalha, principalmente, o planeamento de produção. Há equipas a trabalhar com as ferramentas 3D que são usadas para fazer o planeamento dos carros, mas sempre numa perspetiva de desenvolver a própria ferramenta e não na criação dos conteúdos, ou dos designs dos próprios carros.
É um trabalho de extrema importância, porque trata-se de otimizar tudo o que são processos, para que sejam mais eficientes. “Há um grande push a nível da indústria para passar de um paradigma mais de anos 90, de processos físicos, para se desmaterializar isso tudo e passar para a digitalização de todos esses processos”, refere Ruben Correia, sublinhando que há ainda muito trabalho que precisa de ser feito na adoção de ferramentas modernas. “Nós estamos a ajudar a fazer essa transição em quase tudo o que é processo de negócio”, acrescenta.
O que a Critical Techworks está a ajudar a BMW a desenvolver é uma nova revolução no processo de conceção e fabrico de um automóvel, num processo muito mais de encontro ao que são hoje as necessidades de um mercado que exige otimização e sustentabilidade.
Ruben Correia realça que a marca de Munique conseguiu produzir 2,5 milhões de carros por ano com qualidade num ambiente pouco digital. “A ideia é nós conseguirmos continuar a ser competitivos e ter um processo de produção que seja muito mais limpo, muito mais leve ao nível de recursos que são usados, em termos de água, em termos de energia, com uma cadeia logística muito afinada, o que permite poupar a emissão de toneladas de C2 no transporte e armazenamento de materiais”, refere. Mas, ao mesmo tempo, reduzir substancialmente o tempo de desenvolvimento de novos modelos.
Ruben Correia vê o futuro dos automóveis cada vez mais ligado à tecnologia e ao desenvolvimento de software, e dá como exemplo a própria BMW. “Houve uma consciencialização de que um automóvel não é apenas um motor e quatro rodas numa experiência de condução, que, para a BMW, continua a ser essencial, mas criou-se outra camada de valor que é, sem dúvida, a diferenciação que o software nos permitiu”, sustenta.
Isso melhora a experiência a bordo. “Se experimentarmos um i7, ou um novo Série 5, conseguimos ter uma experiência a bordo que é impensável, mesmo num carro produzido há poucos anos atrás. E todo o mercado está a avançar nesse sentido”, aponta.
Estamos a viver uma fase de experimentação das marcas e alguns caminhos poderão não vir a ter sucesso, mas Ruben Correia realça que a BMW tem uma estratégia um pouco mais conservadora, mas também mais segura. Até ao nível das motorizações, na qual a marca alemã abrandou nos elétricos para apostar na transição híbrida e mantendo aberta a hipótese hidrogénio, “que estamos a explorar também, por exemplo, com o X5. A nova arquitetura do Neue Klasse permitem suportar várias funções em termos de unidade de motriz, quer com motores a combustão, quer com motorizações elétricas”, conclui. ■
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