Os números da indisciplina crescem de dia para dia, o que preocupa pais, professores e a sociedade em geral.
Considera-se indisciplinado aquele aluno que possui um comportamento desviante em relação à norma (ou o que seria suposto). A indisciplina vai desde a perturbação pontual que afeta o funcionamento nas aulas ou mesmo na escola, passando pelos conflitos que afetam as relações entre os alunos, que podem atingir alguma agressividade e violência, perturbações da relação professor-aluno, colocando a autoridade do professor em causa, até ao vandalismo contra a instituição escolar e a violência.
São objetivos dos comportamentos excessivos a chamada de atenção, a luta pelo poder, a vingança por se sentir desprezado e magoado pelos outros ou a incapacidade assumida, motivada pela baixa auto-estima.
Manifestações frequentes de indisciplina: cochicho, troca de mensagens e de papelinhos, intervalos cada vez maiores, exibicionismo, perguntas feitas de forma a colocar em causa o professor, discussões frequentes de modo a provocar agitação geral, comentários despropositados.
Manifestações excecionais: agressão a colegas e/ou a professores, roubos, provocações sexuais, racistas, etc.
O primeiro nível está hoje amplamente generalizado (ao ponto de se considerar “normal”, não sendo), o segundo está em crescimento.
Porquê?
A meu ver, a grande causa é a degradação da estabilidade e dos valores familiares, a permissividade, a demissão dos pais na educação dos filhos. Os alunos com maiores problemas de indisciplina provêm de famílias onde habitualmente estes existem ou existiram.
Outras causas apontadas são o desinteresse e revolta dos alunos, obrigados a estar na escola; as sucessivas mudanças realizadas no sistema educativo; a prática corrente de um discurso que des-responsabiliza os dirigentes e os serviços do Ministério e que acaba sempre por imputar a responsabilidade pela pouca eficácia do sistema aos professores; os programas em constante alteração pouco cativantes; e até mesmo a sociedade que promove práticas de diversão com recurso frequente à violência, onde a única forma de sobreviver é assumir esta cultura de violência – obter o máximo prazer no mais curto espaço de tempo, não importa os meios.
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