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Novas matrículas de ligeiros de passageiros aumentaram 26,1% no ano passado e impulsionaram o setor
O número de veículos matriculados em 2023 aumentou 17,6% no ano passado, mas ainda longe dos melhores anos da primeira década deste século e da segunda metade da década dos 2010s. O mercado de ligeiros de passageiros aproximou-se das 200 mil matrículas. A gasolina ainda domina, mas os elétricos a bateria já representam mais de 18% das vendas, e 46% das novas matrículas têm algum tipo de eletrificação.
Segundos os dados da Autoinforma, plataforma da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), em 2023 foram matriculados um total de 220 mil viaturas, incluindo ligeiros e pesados de passageiros e de mercadorias, mais 17,6% do que no ano anterior. Este é um número que indica recuperação de um setor que voltou a sofrer de forma vincada com a crise pandémica, mas que ainda está longe dos cerca de 270 mil veículos matriculados nos anos que a antecederam.
Cingindo os números aos ligeiros de passeiros, no ano passado foram matriculados 198 mil automóveis, mais perto dos cerca de 220 mil que são o recorde de vendas no país. As vendas de ligeiros de passageiros cresceu 26,1% em relação ao ano anterior.
Nos ligeiros de passageiros, os motores de combustão interna continuam a ser os preferidos. Combinados, os motores a gasolina e diesel totalizam 48%, e sobe para 53,6% juntando os que combinam gasolina e GPL. Os motores que funcionam em exclusivo a gasolina representam 35,9% das novas matrículas, 71.103 viaturas.
Isto significa que os automóveis com algum nível de eletrificação representam os restantes 46,4% das novas matrículas. Dentro destes, os elétricos a bateria são já a preferência, representam 18,3% do total, com mais de 36 mil viaturas matriculadas. Os híbridos Plug-in (com baterias que podem ser recarregadas através de uma tomada), representam 13,7% das vendas com 27120 viaturas, ainda abaixo dos híbridos, que correspondem a 14,4% das novas matrículas.
Os diesel, apesar do abandono gradual desta tecnologia, correspondem a 12,1% das novas matrículas.
Em janeiro deste ano o mercado continuou a crescer. Segundo a ACAP, foram vendidas no primeiro mês do ano 21150 viaturas, mais 6,6% do que no mesmo mês do ano passado.
Entre os ligeiros de passageiros, o crescimento foi superior, 7,5%, com a venda de 15737 viaturas.
A marca mais vendida neste primeiro mês foi a Peugeot, a única acima das 2000 unidades, seguida da Dacia e da Mercedes-Benz.
O mercado dos elétricos continua a acelerar e cresceu em janeiro 10,5%, com perto de 2500 unidades vendidas. A Tesla é a marca que mais vende entre os elétricos a bateria, 549 unidades, e mais do que duplicou as vendas em relação a janeiro de 2022. Seguem-se BMW (325) e Mercedes-Benz (181), que juntas não chegam aos números da Tesla.
A Peugeot mantém a liderança com que terminou 2023, então com uma quota de mercado de 10,4%, seguida da Renault com 8,1% e da Mercedes-Benz e da Dacia, ambas com 7,4%. É ainda de assinalar que a Tesla, que apenas produz elétricos a bateria, foi a oitava marca mais vendida em Portugal, com um crescimento de 256,3% e uma quota de mercado de 4,7%.
Setor vale 23,5 mil milhões
O setor do comércio e manutenção de veículos respondeu bem à pandemia, que ditou quedas importantes nos anos de 2020 e 2021. Em 2022, o setor teve um volume de negócios de 23,5 mil milhões de euros em Portugal, um crescimento de 14,5% em relação a 2021 e que ascendeu ao valor mais elevado de sempre no país, batendo os 22,2 mil milhões de euros em 2019. Estes são os dados financeiros mais recentes disponíveis no Instituto Nacional de Estatística e, perante o crescimento das vendas em 2023, percebe-se que no ano passado os 23,5 mil milhões de euros de volume de negócios do setor foi facilmente batido.
No Oeste, o comércio e manutenção de viaturas atingiu uma faturação de 635,7 milhões de euros, mais 12,8% do que em 2021, o que significa que o crescimento foi menos acentuado que no contexto nacional. Destes, a venda de automóveis representa mais de dois terços do total, com 421 milhões de euros em vendas, mais 13,4% do que no ano anterior, enquanto a manutenção e reparação de automóveis atingiu os 95,2 milhões de euros e o comércio de peças chegou perto dos 99 milhões de euros, com incrementos de 11,7% e 10,8%. O comércio de motociclos ascendeu a 17,6 milhões de euros em vendas, com um crescimento de 16%. A única atividade do setor a registar uma queda na faturação, embora ligeira (0,5%), foi a manutenção e reparação de motociclos, que faturou em 2022 um pouco mais de 1,9 milhões de euros na região.
A estes setores de atividade, é ainda possível acrescentar a indústria de reboques e componentes para automóveis, que tem vindo a crescer na região e atingiu em 2022 os 135 milhões de euros, com especial incidência no concelho de Alenquer. ■