Primavera e Alergias nas Crianças
Com a Primavera chegam dias mais compridos e luminosos, cheios de cor. As alergias, típicas desta época, são o lado menos bom da estação, e também afetam os mais pequenos. Sendo um período em que muitas espécies de plantas ficam em flor, a Primavera está associada à sensibilização a pólenes, o que pode levar a algumas doenças alérgicas
Quais são os pólenes mais associados a alergia?
Existem inúmeros pólenes no nosso país, sendo que um dos mais comum é o das gramíneas. Este é muito abundante em qualquer habitat em redor da cidade, formando parte dos pastos e plantas infestantes de campos de cultivos, estando presente na relva e em diversos cereais, tais como a cevada, centeio, aveia, milho e trigo.
Como se manifesta a alergia nas crianças?
Se uma criança tem alergia a substâncias presentes no ar, tal como os pólenes, poderá manifestar sintomas respiratórios nasais e sintomas oculares. Nariz sempre a pingar, tosse irritativa, olhos lacrimejantes e inflamados, comichão nos olhos/nariz e espirros persistentes são queixas frequentes, que traduzem rinite alérgica.
Por vezes é difícil distinguir a rinite alérgica de uma constipação, tão comum nesta idade. Geralmente, nas constipações não existe conjuntivite, pode haver febre e a tosse é acompanhada por expetoração.
Em casos mais graves, as crianças podem sentir falta de ar e ter pieira (“gatinhos” ao respirar), sendo diagnosticados com asma.
Se a criança tem estes sintomas quando está em espaços abertos, sobretudo em dias solarengos e com vento, é muito provável que tenha alergia ao pólen. Se as suas queixas se repetem sempre na mesma altura do ano, também é muito sugestivo.
Como podemos prevenir e diminuir o efeito das alergias na Primavera?
– Evitar atividades ao ar livre quando as concentrações polínicas forem elevadas, especialmente de manhã cedo. Passeios no jardim, campismo ou desportos ao ar livre aumentam a exposição aos pólenes.
– Fechar as janelas: sempre que viajar de carro tenha as janelas fechadas – assim pode passear reduzindo significativamente o contacto com os pólenes. Em casa, deverá manter as janelas fechadas quando as concentrações dos pólenes forem elevadas.
– Usar óculos escuros: a utilização de óculos escuros fora de casa é uma forma eficaz de evitar queixas a nível dos olhos.
– Consultar o Boletim Polínico: conhecer os boletins de polinização (www.spaic.pt) e estar atento à divulgação das concentrações dos pólenes no ar ambiente.
– Programar as férias escolhendo a época e local de modo a evitar o contacto com um pólen específico a que a criança seja alérgica.
Quando deve recorrer ao médico?
Caso a criança apresente os sintomas aqui descritos de forma persistente e cada vez com maior gravidade, deve ser consultado um médico pediatra para melhor aconselhamento, estudo da alergia e avaliação da necessidade de medicação.
Ana Rita Constante e Filomena Rebelo