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Ana Bacalhau vem cantar Abril no dia 24. Artista lançou agora “Mundo Antena” e trabalhou com o artista visual, João Pombeiro
A artista Ana Bacalhau acaba de lançar o seu novo álbum “Mundo Antena”, produzido por João Só. Além do mais é a convidada que vem atuar ao CCC a 24 de abril para celebrar a Liberdade. E preparou um espetáculo especial onde serão celebrados os 51 anos da Revolução. Do espetáculo fazem parte as canções que foram as senhas de Abril: “E depois do adeus”, de Paulo de Carvalho, assim como “Grândola, vila morena”, de José Afonso. Serão igualmente interpretadas por esta cantora canções de Sérgio Godinho e de José Mário Branco.
Haverá também poemas de Sophia de M. B. Andersen e de Natália Correia.
“Vou propor uma viagem no tempo, mostrando como era a vida antes e as conquistas do pós revolução”, disse a cantora que brindará os espectadores com algumas canções do seu novo disco.
Desde miúda que guarda memórias de ouvir rádio nas viagens que fazia pelo país com os pais. Nestas suas canções dedica-se a vários temas do quotidiano, desde a vergonha de cantar as canções românticas e algo brejeiras (Canção Foleira”) até aos sotaques e aos regionalismos que existem no tema “A Imperial é fino”, uma canção que interpreta em dueto, com Cláudia Pascoal.
Neste “Mundo Antena” ainda colaboram com a sua voz os radialistas Nuno Markl, Fernando Alvim, Joana Marques, Inês Meneses e António Macedo.
Com Deolinda, Ana Bacalhau já atuou no CCC e também nas festas da cidade, em 2010. Para a artista, a noite de 24 de abril, no seu regresso ao CCC “será uma noite importante pois vamos celebrar Abril num mundo em convulsão onde a Liberdade sofre diariamente os mais diversos ataques”, disse.
Ana Bacalhau também é defensora dos direitos das mulheres e recordou que antes da revolução, o lugar da mulher “era ser propriedade do homem”. Foi com os Cravos que vieram os direitos para as mulheres. Uma das canções que entoará, escrita para a artista pela Garota Não, “Por nos darem tanto” e que aborda a condição feminina.
Destaque às mulheres em palco
João Pombeiro, artista visual e docente na ESAD.CR é responsável pela capa do disco, de alguns singles e também do mural que vai estar no palco do CCC.
“A premissa inicial foi a de criar um mundo a partir de um rádio antigo que lembrava casas de um prédio”, disse o autor, que fez um exercício de ilustração em volta desta ideia.
Outro dos seus trabalhos foi um mural, construído por cima de leis, artigos de jornal de diferentes épocas, tudo relacionado com a vida das mulheres, antes do 25 de Abril. Mo mural representa-se também a mudança, causada pela Revolução. E dá como exemplo um artigo de 2006 em que envolve o então Presidente da República: “Cavaco veta lei da paridade” (Público e RTP).
“Gosto de trabalhar com pessoas como Ana Bacalhau que querem acrescentar mais valor. Além do mais, foi-me dado espaço para acrescentar algo, como uma parceria artística”, referiu o autor que vive e trabalha nas Caldas.
