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Os espaços na cidade das Caldas onde se pode aprender a pintar e a desenhar tiveram que se adptar às novas circunstâncias que trouxe a pandemia. A tela Artística preferiu fechar e está agora a retomar as aulas no atelier. Os Desenhos do Bruno e o Beco d’Obra apostaram no ensino on-line, mas também vão recomeçar a actividade com todas as cautelas e medidas preventivas
Os ateliers e academias que se dedicam a ensinar a desenhar e a pintar nas Caldas da Rainha adaptaram-se às novas circunstâncias. Duas apostaram em aulas on-line, enquanto que a Tela Artística optou por encerrar portas durante os meses de Março e Abril. Lentamente vão regressando às aulas presenciais.
O desenhador e cartoonista Bruno Prates, colaborador da Gazeta das Caldas, tem meia centena de alunos e durante estes dois meses trabalhou em aulas on-line com cerca de 30. Também Dila Moniz se manteve em trabalho com as três dezenas de adultos.
“Alguns não se adaptaram ao on-line ou simplesmente não tinham os equipamentos necessários para aceder, no caso, por exemplo, de famílias numerosas”, contou o autor, que logo em Março fez uso da internet para dar continuidade às aulas. As mensalidades foram reduzidas a um valor simbólico (19 euros) e no caso de haver irmãos, apenas um paga a mensalidade.
A academia Desenhos do Bruno está a preparar o reinício das aulas presenciais para 2 de Junho em sessões que vão decorrer por turnos, com cinco alunos no máximo em simultâneo e entre as 15h00 e as 19h30.
“Já tínhamos alguns procedimentos relacionados com a higiene e a desinfecção que agora são ainda mais rigorosos”, disse o responsável, explicando ainda que tem vários alunos de fora e que por isso vai manter algumas aulas on-line. “Sempre que damos um novo passo auscultamos os pais”, afirmou o desenhador, que tomou a decisão de manter a academia aberta no mês de Agosto. Ainda não sabe se vai ser possível dar continuidade aos projectos que tem como os seus alunos de arte pública – de azulejo para o serviço de Pediatria do Hospital das Caldas, assim como de uma pintura que lhes pediram para a cantina daquela unidade.
Para o mês de Julho está planeada uma exposição dos trabalhos dos estudantes no Museu do Hospital. Com os seus alunos, Bruno Prates desenvolveu vários projectos, entre eles a interpretação de obras de José Malhoa, o pintor caldense que nasceu há 165 anos.
Reinício das aulas presenciais
A pintora Minela Reis é a responsável pelo atelier Tela Artística que funciona junto à entrada da cidade. Já reabriu para as aulas, mas esteve encerrada nos meses de Março e de Abril. Os 24 alunos, muitos estrangeiros, têm agora que vir por turnos. Como o espaço tem 200 metros quadrados, pode receber oito aprendizes de cada vez, com todas as medidas de prevenção e de desinfecção, incluindo viseira e máscara. A artista Cláudia Santos também já regressou ao trabalho com crianças que decorre aos sábados. Em Junho o aguarelista António Bártolo também vai regressar às aulas onde ensina esta técnica específica.
“Vamos tentando retomar a nossa vida, com todo o cuidado e segurança”, disse a artista, que também coordena workshops de várias técnicas de pintura e que vai reiniciar a partir do dia 8 de Junho. Entre os seus alunos contam-se muitos estrangeiros que vivem na região que adquirem pacotes de aulas e que usufruem nos meses em que estão a viver em Portugal.
Aulas no Beco D’Obra e Silos
O atelier Beco d’Obra, que é gerido pela artista plástica Paula Nobre, também se dedica ao ensino da pintura. A responsável manteve-se em contacto com quatro dos sete alunos e conta que tem sido uma aprendizagem para todos, aprender a lidar com as novas ferramentas e plataformas digitais.
Os alunos realizaram nas suas casas vários trabalhos temáticos relacionados por exemplo com o tema Lugares da Natureza.
Paula Nobre vai agora implementar um sistema em que co-existem aulas síncronas e outras gravadas.
A pintora, que se formou na ESAD, ensina a grupos nas Caldas e também em Lisboa, chama ainda a atenção para o papel importante que as aulas através da internet, pois há pessoas que estão sós e esperavam aquele convívio, para além dos desafios estéticos que são propostos. As aulas presenciais vão voltar durante o mês de Junho e só poderão estar presentes em simultâneo quatro alunos.
“Temos pensado realizar uma exposição com os trabalhos realizados ao longo do ano, vamos ver se será possível”, declarou aquela responsável que ainda vai pensar se será apenas num espaço físico ou se irá ter componente de apresentação em formato digital.
Além dos seus alunos do Beco d’ Obra que tiveram uma redução também na mensalidade, Paula Nobre ainda trabalhou com um novo grupo nos Silos com quem trabalhou num curso dedicado ao Desenho de Modelo e também da figura humana . A autora trabalha com grupos de alunos de várias idades, desde os 15 até aos 75 anos.
