Cinco mil pessoas reuniram-se na Expoeste em volta das artes

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notícias das CaldasDecorreu durante o fim-de-semana de 16 a 18 de Setembro, na Expoeste, a iniciativa Open House da empresa caldense Paula Mendes e da Revista Passo a Passo.  Esta foi a 5ª edição do evento e ao todo decorreram 700 aulas de diferentes técnicas de artes decorativas.
Segundo António Marques, director do parque de exposições, durante os três dias do certame terão passado pela Expoeste cinco mil pessoas.
A iniciativa foi encerrada com um concurso  de trabalhos fálicos alusivo à cerâmica local. O “Calditas”, assim se designou o concurso, distribuiu vários prémios entre os melhores exemplares e homenageou a cerâmica local (ver caixa).

“Estou muito satisfeita, correu tudo muito bem e a adesão do público foi acima das expectativas”, dizia a empresária Paula Mendes, organizadora do evento, que dá a conhecer os novos produtos dedicados às artes decorativas.
As vendas dos produtos do “Open House” “já foram melhores”, disse, mas em contrapartida os workshops foram um sucesso, tendo decorrido em contínuo, durante os três dias, cerca de 700 aulas.
O evento integrou também Artshow, um encontro de 60 artistas plásticos de todo o país que trabalharam ao vivo na Expoeste.  Organizado pela Arteknusune – Grupo de Artistas Plásticos Para a promoção das Artes, e liderado pelo artista Luís Fernando Graça, a mega-exposição teve lugar no primeiro andar do parque de exposições.
Os autores montaram os seus stands em redor do piso superior e trocaram ideias com os visitantes que ao longo dos três dias se dirigiram à Expoeste. À iniciativa juntaram-se graffiters a trabalhar ao vivo na entrada do pavilhão e houve ainda concertos, lançamentos de livros e até aulas de yoga.

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Artistas protestaram contra a falta de apoios

No sábado, 17 de Setembro, os artistas participantes decidiram fazer um protesto de 30 minutos pela falta de apoio das entidades oficiais às artes em geral. Esta manifestação foi por causa “do ostracismo a que estão votados os artistas”, disse Luís Graça, organizador do Art Show.
Este manifesto decorreu em vários cidades do mundo, tendo-se realizado em Lisboa na Praça do Rossio, mas houve autores que se manifestaram igualmente em Nova Iorque, Paris e Madrid pela falta de apoios.
Nas caldas estiveram escultores, pintores, desenhadores e ilustradores e, segundo Luís Graça, por causa da acentuada crise “temos que unir esforços pois sozinhos ninguém consegue nada. Deve-se trabalhar em conjunto como se prova neste tipo de organizações”, rematou.
O escultor Ricardo Santos  é de Odivelas, mas vive há 15 anos em Rio Maior. É a segunda vez que participa no Art Show e queixou-se da falta de público neste evento. “Houve muita gente a participar nos workshops, mas menos gente a visitar a exposição dos artistas”, disse este artista, que se dedica à escultura a tempo inteiro há 15 anos e que sente as dificuldades da crise económica.

“Calditas” destacou as melhores peças eróticas

Do evento ainda fez parte a realização de um concurso que visou distinguir os falos mais criativos, numa homenagem à cerâmica caldense.
A vencedora foi Adalia Alberto, de Leiria, que tem o seu atelier de trabalho em Porto de Mós. “Designei esta peça, feita em mármore, de Pecado Original”, explicou. Da obra fazem parte uma grande lagarta que serve de suporte ao Adão e Eva. A mulher tem na mão a maçã numa cana, atraindo e fazendo a minhoca mover-se, tal como um burro persegue a cenoura.
“Foi interessante, gostei muito de participar e foi sem dúvida muito divertido”, rematou a artista, que ganhou um prémio de 50 euros em materiais na loja de Paula Mendes.
A ceramista caldense Umbelina Barros também participou neste concurso com duas peças de raku e o seu marido, Pedro Silva, com duas obras em cerâmica usando a técnica dos escorridos.
“Há muito interesse por este tema e por isso defendi uma tese de mestrado em Artes Plásticas na ESAD”. A ceramista crê que ainda há muita timidez e pudor por causa dos falos, mas a realização de iniciativas como o Calditas “mostram que há interesse pela cerâmica erótica”.

 

Mister Falo Universo 2011

Primeiro Prémio – exemplar em mármore – “Pecado Original” –  de Adália Alberto
Mister Simpatia – exemplar feito em pele de avestruz – autor Artur Nogueira
Dama de Honor – um exemplar clássico de cinco litros – Vítor Lopes
Prémio Art Show – um exemplar pintado – Paula Mendes

Confraria do Príapo tem nova direcção

Quem esteve presente no concurso Calditas, foi Edgar Ximenes, o novo presidente da Confraria do Príapo. A assembleia geral reuniu no passado dia 19 de  Setembro e procedeu à eleição dos novos corpos sociais.
A nova direcção, presidida pelo confrade Edgar Ximenes, pretende relançar a  actividade da Confraria que quer “defender, valorizar e promover, com identidade própria, a cerâmica erótico-paródica das  Caldas da Rainha, de que o falo-garrafa é a principal peça e  símbolo”, disse, após a eleição.
A primeira iniciativa será o lançamento de um concurso de ideias para os símbolos da Confraria do Príapo, procurando atrair o manancial criativo da própria cidade.
“O falo pode ser trabalhado esteticamente e pode tornar-se num produto até de grande valor turístico”, disse o novo presidente, que afirma que a Confraria está interessada em promover investigação sobre esta tradição.
“Sabemos que esta é uma altura em que não abundam os apoios e por agora temos como objectivo principal reconciliar os caldenses com este símbolo”, disse o novo responsável.
A Confraria do Príapo foi fundada em Abril de 2009 e a sua principal iniciativa foi a 1ª Mostra Erótico-Paródica, que decorreu entre 22 de Outubro e 22 de Novembro do mesmo ano, tendo então José Rafael Nascimento como presidente da direcção.
Edgar Ximenes, após o concurso Caldita”, contactou com vários autores que, ao saberem que seria o responsável da Confraria, fizeram questão de oferecer os seus trabalhos para a colecção desta associação. No futuro estes exemplares poderão figurar num espaço museológico, tal como ficou expresso no início da constituição desta associação.

 

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