Festa de Cerâmica este ano com novas parcerias

Com a Destino Caldas pretende-se que a cerâmica tenha maior destaque em eventos como o Caldas Design Week, que se realiza em Maio.
Igualmente daqui a alguns meses está prevista a publicação de um catálogo com toda a obra pública de Ferreira da Silva, que irá contemplar as intervenções que este artista concretizou nas Caldas da Rainha e no resto do país. Razão esta que justifica o atraso na edição do catálogo, dado que à medida que decorre a investigação, “vão-se encontrando mais intervenções no território nacional”, disse João Serra.

Uma nova colecção para as Caldas

As exposições da Molda viram novamente o prazo alargado até ao final de Fevereiro, face a “uma adesão extraordinária por parte do público”, disse a vereadora da Cultura, Maria Conceição Pereira, recordando aos presentes  que este evento iniciado em 2016 se vai prolongar até 2020, altura em que o município se vai candidatar a Cidade Criativa da Unesco.
João Serra salientou que uma das actividades mais relevantes foi o início da constituição de uma coleção de cerâmica contemporânea para o município, que não estava inicialmente prevista. “Optámos por adquirir as peças, em vez de as pedir emprestadas, e agora a decisão foi continuar a colecção”, explicou o investigador. Este espólio ficará no Centro de Artes e a curadoria continuará  a ser do designer e docente da ESAD, Fernando Brízio.
Segundo o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, este foi um dia importante para o processo em curso de valorização da cerâmica caldense e afirmação das Caldas como uma cidade de cerâmica. O edil manifestou também a sua satisfação com a publicação destes catálogos, que ficam para memória futura. “Este trabalho pode catapultar as Caldas da Rainha no seu processo de afirmação enquanto concelho em que as Artes e as Águas são elementos identitários”. Para Tinta Ferreira estes factores correspondem “à nossa visão estratégica para o município”.

Dois catálogos e uma cronologia

No âmbito da Molda está previsto que bienalmente seja convidada uma empresa de cerâmica para expor o seu trabalho, tendo sido a Molde a escolhida em 2016. Fundada em 1988, a empresa tem a exposição, com curadoria de Carla Lobo, ainda patente no espaço Concas. Esta centra-se no período dos primeiros 17 anos até porque a Câmara Municipal possui uma colecção desta fase. Parte da história da empresa no tocante ao design está associada à cidade e à ESAD “pois alguns dos professores daquela escola foram colaboradores qualificados da Molde”, referiu o comissário. Quando se faz uma exposição sobre uma empresa que se encontra em plena produção esta implica “fazer também uma homenagem aos seus trabalhadores e ao seu líder, Joaquim Beato que ao longo destes anos dotou a empresa de uma visão”, rematou o investigador.
Em relação à exposição “Animais na Cerâmica Caldense – Colecção de João Maria Ferreira”, patente no museu da Cerâmica, a curadora, Margarida Elias, explicou que a maior dificuldade na organização desta mostra foi a da escolha das peças, tendo em conta o facto de se tratar de uma colecção  rica e muito vasta. Da mostra fizeram parte 131 peças, que ficam agora registadas no catálogo editado pela Câmara. A obra inclui uma série de textos de contextualização histórica bem como de um biólogo que estudou a temática da Natureza na cerâmica local.
Segundo Isabel Xavier, a presidente da associação PH, “Cerâmica das Caldas no Século XX. Uma Cronologia” que agora se edita “é um importante instrumento de consulta para os que queiram estudar a cerâmica caldense”. O trabalho contempla uma primeira investigação, datada de 1990, relativamente ao período de 1927 a 1977, tendo sido uma das fontes privilegiadas o jornal Gazeta das Caldas. A essa primeira cronologia foram acrescentados factos relativos ao início do século XX e ao período entre 1997 a 2008.