Marionetas D. Roberto deram espetáculo junto ao coreto

As marionetas Dom Roberto vieram ao Parque D. Carlos I através do grupo alcobacense SA Marionetas numa iniciativa da autarquia em parceria com o Inatel

“Este espetáculo é politicamente incorreto e é terrível no que diz respeito à educação. Não é para crianças mas estas também podem assistir!”. Estas foram as advertências de José Gil, diretor do grupo SA Marionetas antes da apresentação das histórias das marionetas D. Roberto. E isto porque não faltam sessões de “pancadaria” entre as marionetas de “O Castelo dos Fantasmas”, “O Barbeiro” e a Tourada”. Em muitas D. Roberto mata a maioria das personagens. Não faltam fantasmas, um crocodilo que tudo come e até o Diabo se junta a esta festa que arrancou gargalhadas aos miúdos e graúdos que encheram a plateia, montada junto ao coreto na tarde de 16 de julho. O espetáculo que se assistiu respeita a arte de marionetas que chegou a Portugal no século XVIII e na altura era “um espetáculo que se tornou muito famoso”.
Entretanto em 1980 havia apenas dois mestres fantocheiros que sabiam fazer estes bonecos. “Aprendemos com esses mestres e hoje já somos 13 pessoas por todo o país que sabemos esta arte”, explicou José Gil, recordando ainda que foi possível recuperar cinco destas histórias que quase desapareceram durante o Estado Novo, dado que no final, tal como José Gil fez nas Caldas, se pedia dinheiro no final aos presentes. “E a mendicidade era proibida”, disse o responsável do grupo alcobacense que está a celebrar o seu 25º aniversário. José Gil ainda recordou que este tipo de marioneta está inscrita no Inventário Nacional do Património Imaterial.
Entre as cinco peças que foram recuperadas está também o “Saloio de Alcobaça” que o grupo também representa. Esta iniciativa foi uma parceria da autarquia das Caldas com o Inatel que as duas entidades “há muito que queríamos realizar”, disse a vereadora Conceição Henriques. Esta foi a primeira iniciativa de outras que se seguirão.■