Toma Lá Talento foi a actividade mais participada do Mês da Juventude

Os actores Cláudio Teixeira e Ana Sequeira deram as boas vindas a todo o público presente no CCC, incentivando a que as claques de cada município (Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Peniche, Alcobaça e Cadaval) apoiassem com fortes aplausos todos os concorrentes. Cada concelho foi representado por dois participantes, excepto o Cadaval que levou a concurso apenas um grupo de talentos. Dança, música e patinagem subiram ao palco, proporcionando um espectáculo rico em diferentes talentos. O júri, composto por seis elementos (João Carlos Costa, Jorge Lopes, Sónia Lavadinho, Élio Leal, David Leiroz e Cristina Correia) avaliou a originalidade e a qualidade das apresentações, bem como a presença dos jovens em palco. Tatiana Alexandra, aluna da Escola Básica de Peniche, esperou cerca de duas horas para interpretar as músicas “All I Want” e “Crime Scene” (esta, da sua autoria). Uma espera que valeu a pena, pois embora tenha sido a última participante a actuar, foi a primeira do pódio, recebendo um cheque-viagem no valor de 800 euros. À Gazeta das Caldas, a jovem de 15 anos disse que antes de entrar para um clube de música na escola, apenas cantava em casa, no refúgio do seu quarto. “Só há dois anos é que comecei a cantar para um público e a participar em eventos”, afirmou, acrescentando que escrever temas originais é um “bichinho” que quer continuar a alimentar. O segundo e terceiro lugares (premiados com vales de 400 e 200 euros respectivamente) pertenceram aos talentos de Alcobaça. Mais uma vez, a música saiu vencedora, representada quer pela voz de Jacinta Madaleno, que interpretou “Clown” (de Emeli Sande), como pelo jazz do quarteto Francisco Oliveira (baixo), Luís Pereira (bateria), Henrique Carreira (guitarra) e Ricardo Augisto (voz). Para a segunda classificada, a presença no pódio foi uma surpresa, “principalmente por ser difícil conquistar sozinha um auditório tão grande”. Jacinta também elogiou a organização do concurso, que considera uma mais valia para a zona Oeste e uma oportunidade para os jovens divulgarem os seus projectos. Já o baixista do quarteto da Academia de Alcobaça não esperava uma reacção tão boa por parte do público “porque normalmente o jazz é um género musical pouco valorizado pela juventude”. Os quatro músicos destacaram o facto de terem apresentando um tema escrito por um compositor português – Ivan Silvestre – e desejam que na próxima edição adiram ainda mais municípios. Luís Pereira salientou ainda que “o verdadeiro prémio se ganha nos ensaios, num trabalho de procura por se aprender sempre mais”, referindo-se aos músicos de jazz como “os maluquinhos que se esforçam por contrariar a falta de cultura musical actual das camadas jovens”. A representar as Caldas estiveram Filipe Pimenta (da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro) e a dupla Laura Delgado e Ricardo França (da Escola Técnica e Empresarial do Oeste). O primeiro apresentou-se em palco com o seu trombone, conseguindo uma exibição cheia de música e sentido de humor, enquanto os segundos protagonizaram uma actuação que juntou a voz e a guitarra de Laura à coreografia de Ricardo. “For you” acabou por ser uma das prestações mais originais do concurso. Todos os jovens talentos receberam prémios oferecidos pelos municípios organizadores: entradas para o festival Oeste Fest (Foz do Arelho), para o Festival Internacional do Chocolate em Óbidos, para o Festival do Vinho Português e Feira Nacional da Pêra Rocha, vouchers para a actividade Peniche Paddle Series, e bilhetes para a Real Fábrica do Gelo da Serra de Montejunto no Cadaval e para o Museu do Vinho em Alcobaça.

“O balanço é claramente positivo, não só organizámos pela primeira vez actividades ao longo de um mês, como contámos com a participação de mais três concelhos [Alcobaça, Peniche e Cadaval]”, afirmou o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, garantindo que para o ano manter-se-á o programa de 30 dias na expectativa de atrair mais concelhos. “O nosso grande objectivo seria que todo o Oeste aderisse à iniciativa”. Embora estivessem planeadas cerca de 50 actividades, nem todas foram realizadas, especialmente aquelas que requeriam um número mínimo de inscrição e que estavam previstas para a semana que coincidiu com a interrupção lectiva da Páscoa. Nas Caldas, cinco acabaram canceladas. “Nós proporcionamos as actividades, garantimos o financiamento e o transporte, mas não podemos avançar se os jovens não mostrarem iniciativa em participar”, explicou Rogério Rebelo, director do Centro da Juventude, acrescentando que a equipa vai agora avaliar o programa para no próximo ano substituir essas actividades por outras mais apelativas. A organização do Mês da Juventude custou à autarquia caldense cerca de 10 mil euros.