Alexandre Pinto é o novo treinador da Burinhosa

Kitó Ferreira, técnico que conduziu a Burinhosa da III Divisão Nacional ao terceiro lugar na Liga da época passada abandonou o cargo a uma semana do arranque da Liga deste ano depois de incidentes entre alguns sócios e ex-diretores contra o então técnico e o coordenador de futsal do clube.
Alexandre Pinto, adjunto de Kitó Ferreira, saiu em solidariedade com o técnico principal, assim como toda a estrutura técnica. No entanto, dias depois foi convidado pela direcção do clube para liderar a equipa.
“Foi uma decisão complicada, tinha-me demitido pouco tempo antes, mas o clube entendendo que era a melhor solução e eu pensando tratar-se de uma oportunidade que poderia ser única decidi aceitar”, disse Alexandre Pinto à Gazeta das Caldas.
Se a altura para assumir o comando de uma equipa não é a mais desejável, a poucos dias de iniciar a temporada, “as oportunidades surgem e ou as agarramos ou deixamos fugir, espero agarrá-la com unhas e dentes e espero afirmar-me e mostrar que trabalhei para isto”, acrescenta.
A Burinhosa teve uma ascensão meteórica dos distritais ao terceiro lugar na Liga da época passada, “um feito muito difícil de igualar”, observa. Habituar os adeptos a ganhar cria alguma pressão sobre o grupo. Um resultado como o da época passada “não será facilmente atingido, mas vamos trabalhar para repetir o êxito dos últimos anos da Burinhosa”, diz o técnico.
O plantel da época passada teve bastantes mexidas, ficaram apenas quatro jogadores de campo e dois guarda-redes. “Nunca houve tanta mexida, pelo que é mais um desafio”, refere Alexandre Pinto. “Temos que, rapidamente, encontrar as melhores soluções para formar uma equipa e uma família, o extra-campo sempre nos ajudou, até isso tem que ser construído e treinado e é mais fácil calibrar o que está montado do que construir algo novo”, acrescenta.
Alexandre Pinto comandou a equipa a partir do banco na primeira jornada, sem ter qualquer adjunto. A construção da equipa técnica é, por isso, uma das situações mais urgentes. Para adjunto foi contratado na passada segunda-feira Wilson Ferreira, também caldense que estava a treinar o Concha Azul. O técnico integrou a equipa técnica na época passada e está familiarizado com o projecto, o que Alexandre Pinto considera importante, e também é conhecido do treinador. “É alguém em quem confio, sabe as ideias do clube e as minhas, e é alguém com quem tenho relação de alguma intimidade, foi meu jogador na Casa do Benfica com 16 anos”, explica.
Esta é quinta época de Alexandre Pinto no clube da aldeia do futsal, mas a ligação do técnico com o futebol e o futsal vem de há longa data. Jogou futsal na Casa do Benfica em juvenil e júnior, saiu para tirar a licenciatura na Faculdade de Motricidade Humana. Em Lisboa foi treinador no Atlético CP. No regresso às Caldas passou pela Escola Académica, pela Academia de Futsal Gonçalo Alves e Pedro Costa, pela Casa do Benfica e também pelo Caldas SC. “Penso que treinei todos os escalões desde os 4 anos aos seniores”, realça.
Foi na Casa do Benfica que teve a primeira experiência como técnico principal de uma equipa sénior de futsal, trabalho que conduziu ao convite para ingressar na Burinhosa. Alexandre Pinto não esquece o papel de Joaquim Alves, a quem agradece ter sido “o primeiro a convidar-me para treinar uma equipa sénior” na Casa do Benfica. Alexandre Pinto também investiu na formação, tem o III Nível e já leccionou vários cursos de treinador nas associações de Lisboa e Setúbal. Um background que o fez crescer como técnico.
Alexandre Pinto também destaca o apoio que recebeu quer nas Caldas da Rainha, quer na Burinhosa. “Foi curioso no passado domingo olhar para a bancada e ver dezenas de pessoas das Caldas que decidiram ir até lá, umas já iam acompanhando, outras foram pela primeira vez, levaram faixas e lençóis com o meu nome e isso como é óbvio tocou-me”, declara. Alexandre Pinto também tem recebido o apoio dos associados e dos adeptos da Burinhosa, “que apesar da derrota no primeiro jogo vêm dar-me força, o que me faz olhar com mais coragem para este desafio”, concluiu.