Animação e folia foram imagem de marca dos bailes de Carnaval

Nas Caldas este ano voltaram a haver três locais com bailes de Carnaval, que receberam os foliões e lhes permitiram exteriorizar toda a alegria característica da época pelas noites dentro.

No tradicional Baile do Casino, no Céu de Vidro do Parque D. Carlos I, a animação não faltou nas duas noites (sábado e segunda-feira) com mais de 1150 pessoas a passarem pela tenda.

Numa zona exterior, mas dentro do parque, encontramos duas freiras à conversa. São as caldenses Carina Alexandra e Ana Domingos que todos os anos vêm ao baile do casino. “É um espaço agradável e não está demasiado cheio, podemos dançar à vontade e a música é boa, além disso, os nossos amigos estão aqui”, disse Carina. Já Ana, que este ano se vestiu também de marinheira, considera que “Caldas tem que começar a dinamizar mais o Carnaval, com espaços destes para nos divertirmos. Que este não acabe e criem mais, é uma forma de nos divertirmos e de encontrarmos as pessoas, mas temos pouco, é preciso mais!”.

Seguimos a nossa rota e passamos pela Zona Industrial das Caldas, onde a Associação Cultural Desportiva Recreativa St. Onofre Monte Olivett organizou pelo segundo ano consecutivo os bailes. Os Bico d’Obra foram os responsáveis por três noites de animação que contaram ainda com os dj’s Do Monte, Akur e Zezitos do Monte.

João Pina, presidente da associação, explicou à Gazeta das Caldas que o evento correu muito bem. “Foram noites animadas, com muita gente, tivemos em média mais de mil pessoas por noite”, referiu, detalhando que a sexta-feira foi mais fraca, mas no sábado e na segunda-feira foi atingida a lotação máxima. “O Carnaval das Caldas mantém a tradição”, afirmou. E já se trabalha no próximo ano, novamente com os Bico d’Obra. “Vamos fazer todos os eventos aqui, incluindo as marchas e o festival da sardinha”, contou, abrindo a possibilidade ao regresso do festival do frango assado. O objetivo é angariar fundos para a obra da sede da associação, que deverá ser alvo de novo avanço, com a colocação de uma laje (avaliada em cerca de 50 mil euros).

No Nadadouro existe uma grande tradição de bailes do Carnaval e este ano a banda escolhida foram os Linha d’Água e os dj’s Pápalhaçada nas noites de sábado e segunda-feira, em que houve concurso de máscaras, conquistado nas duas noites pelo mesmo grupo, num dia vestidos de Alforrecas da Lagoa, noutro de Aladinos.

A caldense Carla Susano integrava esse grupo. “Há 20 anos que venho todos os dias aos bailes de Carnaval do Nadadouro”, contou. “Uso um fato de Carnaval em cada e todos os anos trajes novos”, contou. Este ano mascarou-se também de emoji e caracol. “O Carnaval é ótimo aqui e é pena que não haja mais pessoas, porque antigamente eram muito fortes e hão-de voltar a ser!”, exclamou.

Rui Ventura, da Associação Cultural Recreativa do Nadadouro disse à Gazeta das Caldas que ao longo destes dias passaram pelo Nadadouro mais de 4000 pessoas, ainda assim longe dos números de antigamente. “Em 2017, antes da Covid, ainda com os Lord’s chegámos a ter mais de 4000 pessoas numa noite”, recordou. “Depois dos grandes bailes no Campo, na Columbófila e nos Bombeiros nós conseguimos ter essas noites aqui”, salientou. Ainda assim, atualmente, “as grandes noites de Carnaval já as vamos esquecendo aos poucos, mas vamos tentar erguer isto ao máximo, desistir não é para nós, vamos procurar mais apoios e conversar com a Câmara, porque é uma pena perder-se”, afirmou, acrescentando que “é preciso criar sítios para as pessoas se divertirem à noite”. ■