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Negócio que começou com uma pequena máquina de soldar na garagem de casa cresceu e está perto de atingir 3 milhões de euros em volume de vendas.
Se no final da década de 1990 alguém dissesse ao então mariscador Fernando Gomes que iria abrir uma serralharia e fazer crescer um negócio de grande sucesso a partir daí, ele provavelmente não acreditaria. Mas, por vezes, as histórias de sucesso têm inícios inesperados e a do Bazar Gomes, na Amoreira, no concelho de Óbidos, é uma delas.
“Tudo começou com a pesca, a fazer ansinhos para apanhar ameijoa. Não tinha experiência nenhuma em soldar, nem formação, e os primeiros saíram muito mal”, conta Fernando Gomes. O que fez a diferença foi “a persistência”, acrescenta, com um sorriso estampado no rosto. Num processo de tentativa erro, os ansinhos começaram a sair bem e os colegas começaram a pedir-lhe destes utensílios. “Atrás dos ansinhos veio um portão e assim por diante e aqui estou hoje”, diz o empresário com orgulho do que começou a construir em 2000 na garagem de casa, com uma pequena máquina de soldar que comprou a meias com o pai.
A serralharia, que no início era apenas um complemento ao rendimento da família, cresceu e, em 2012, tinha já atingido uma dimensão que tornava o negócio sustentável por si próprio. Era tempo de sair da garagem, que já não tinha dimensão para a quantidade e dimensão das encomendas. Fernando Gomes construiu, então, instalações próprias, no nº. 2 da Estrada do Vau, na Amoreira. Além de uma casa nova, a Serralharia Gomes ganhou mais dois armazéns de apoio. Ao mesmo tempo o empreendedor abriu, com a esposa Susana, o Bazar Gomes, juntando, uma loja onde vendia material de apoio à serralharia e para bricolage.
O negócio não mais parou de crescer, em dimensão e em vendas, em vertentes que se complementam, tendo já juntado também ao rol os materiais de construção. A oferta diversificada atrai clientes dos concelhos de Óbidos, Peniche, Bombarral e Torres Vedras.
Mas os produtos que mais têm contribuído para o desenvolvimento do negócio são os painéis de sanduíche, que já valem cerca de 50% das vendas. A empresa também se especializou no fabrico de das estruturas metálicas, feitas à medida, para a aplicação deste tipo de cobertura.
Em 2019 a empresa atingiu o milhão de euros em faturação, mas a pandemia fez temer o pior. “Estávamos preparados para entrar em layoff, mas pudemos continuar abertos porque vendíamos desinfetantes e acabámos por ter sempre toda a gente a trabalhar”, conta João Gomes, filho de Fernando e Susana que também já integra a empresa.
Em tempo de pandemia, o negócio acabou mesmo por disparar. Este ano, a perspetiva é que as vendas possam atingir os 3 milhões de euros.
O negócio dos painéis de sanduíche fizeram expandir o negócio no território nacional para o Centro, Sul e ilhas, e também para o estrangeiro, com clientes em países como Angola e França.
Um impulso que a família quer aproveitar. Para 2023, há planos de investimento para uma nova linha de esquinados e remates, na serralharia, área em que a oferta está mais concentrada em Aveiro e Lisboa. Obstáculo à expansão é a falta de mão-de-obra qualificada nesta área.
Em termos estratégicos, a empresa tem apostado, nos últimos dois anos, na informatização e no reforço de stocks para dar uma resposta mais rápida e competitiva aos clientes. A empresa pretende, também, criar condições para concorrer a obras públicas.
Apesar da evolução e crescimento, Fernando Gomes não quer perder a essência que fez crescer o negócio: a atenção desde o primeiro contacto com o cliente à entrega da obra. “O cliente é que tem vindo a fazer a nossa casa. Crescemos à medida do que as pessoas procuram”.
