As histórias da Secundária Rafael Bordalo Pinheiro no livro “Eu faço parte desta História”

Eram 20h30 e o auditório da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro recebia os últimos convivas para a sessão de apresentação do livro “Eu Faço parte desta História”. Quem abriu as hostes foram os alunos com a interpretação humorística de um resumo de “Os Maias” da autoria de Ricardo Araújo Pereira, que arrancou fortes aplausos da plateia. Seguiu-se a leitura, por duas alunas, de vários trechos dos testemunhos que constam de “Eu Faço parte desta História”.
Desta obra que assinala os 50 anos da comemoração do edifício escolar, fazem parte textos sobre a construção, a reformulação e os logótipos da escola. Contribuíram para a primeira parte da obra o arquitecto Francisco Silva que escreveu um texto sobre a génese dos edifícios do ensino secundário em Portugal. Por seu lado, Jorge Sousa Santos, também arquitecto e autor do projecto de remodelação do novo edifício, a cargo da Parque Escolar, também escreveu para o livro dando a conhecer que o facto de ter sido ali estudante influenciou o seu trabalho na remodelação da escola.
O designer Artur Ribeiro apresenta um estudo sobre o conceito e a estética e os logótipos da escola desde que esta era Escola Industrial e Comercial até à actual identidade gráfica da escola e também da sua associação de estudantes.
O livro também se dedica à História através do texto de Isabel Xavier “As Caldas de há Cinquenta Anos” onde a historiadora entrecruza a história da região com a evolução da própria escola.

Seguem-se testemunhos de ex-alunos e de ex-professores como José Ventura e José Luís Almeida Silva que além de terem contribuído com textos, também tiveram intervenções na apresentação da obra. Ambos deram nota de como a escola foi importante para as suas vidas e para o seu desenvolvimento pessoal, assim como a vivência de momentos que marcaram a história da instituição. Uma delas foi, por exemplo, quando o então presidente do Conselho Directivo, Luís Sá Lopes, aconselhado por José Luís de Almeida Silva, adquiriu para a escola um dos primeiros computadores. Isto no início dos anos oitenta do século passado.
A obra contém testemunhos de directores, funcionários e alunos e na maioria dos textos a escola, cujo patrono é Rafael Bordalo Pinheiro, é vista como um projecto de afecto, de gratidão e de homenagem.
Entre os intervenientes contaram-se a autora do design gráfico da obra, Sara Flor, que foi docente de Educação Visual da escola e ainda João Norte, que foi aluno e professor daquele estabelecimento.
Presente na cerimónia esteve o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, que afirmou que “a história desta escola se confunde com a do concelho caldense”.
A directora, Maria do Céu Santos, não podia estar mais satisfeita com este momento de afirmação da própria Bordalo Pinheiro. O projecto do livro já tinha sido iniciado em 2015, altura em que se comemoraram os 50 anos da construção do actual edifício. Desde então “criou-se uma enorme expectativa e movimentação e ninguém esmoreceu na vontade de o concretizar”, disse a responsável que acha que este livro “é um marco na vida da escola”. Referiu, por exemplo, que entre os muitos testemunhos se contam memórias de Maria de Céu Pinto Mendonça, que faleceu há poucos meses.