Bombeiros da Benedita inauguram viaturas em dia de aniversário

 Mas as necessidades dos bombeiros beneditenses ainda não estão totalmente satisfeitas. “Precisamos de uma ambulância de emergência”, apontou o responsável, referindo-se, por outro lado, à necessidade de construir um ginásio no quartel. Um projecto que não é novo e deverá “finalmente” avançar em breve, de forma faseada e com o apoio da comunidade. As receitas da festa deste ano revertiam precisamente para este projecto e no peditório realizado nas freguesias de Benedita, Turquel e Vimeiro, bem como no Mercado de Santana, os bombeiros angariaram cerca de 30 mil euros.

Para o presidente da direcção da associação humanitária, João Lopes, o peditório é essencial numa altura em que “as despesas são as mesmas e as receitas são cada vez menos”. Este dirigente deixou ainda uma palavra aos que se disponibilizaram para ir, de porta em porta, pedir para a corporação. “Se qualquer um de vós tivesse que ir para a rua pedir para comer, passavam fome. Como vão pedir para a associação, fazem-no com gosto”, apontou.
O dia de aniversário contou ainda com a atribuição de diversas medalhas a bombeiros e pessoas ligadas à corporação.
De acordo com o comandante, entre 1 de Janeiro e 30 de Novembro os bombeiros beneditenses actuaram em 149 incêndios, 89 acidentes, 41 quedas de árvores ou estruturas, 13 inundações e 1.460 emergências médicas, quedas e intoxicações. Serviços efectuados dentro e fora dos limites do distrito de Leiria e que para o Comandante Distrital de Operações de Socorro, José Manuel Moura, demonstram bem “a disponibilidade da corporação” num ano difícil para esta corporação que em Fevereiro perdeu uma colega, vítima de acidente rodoviário.
Já Nélio Gomes, que no dia 8 participava pela última vez numa sessão solene na qualidade de presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Leiria, há que destacar “a vontade e a dinâmica destas casas, que tanto peso e importância têm” na comunidade. Em pleno Ano Europeu do Voluntariado, Nélio Gomes ressalvou que “não há no país instituição que represente o voluntariado como os bombeiros”.

2012 sem cortes nos apoios do governo

Se 2011 não foi um ano fácil para os bombeiros de todo o país, é geral o receio de que 2012 seja ainda pior. Ainda assim, nem tudo são más notícias para os soldados da paz.
De acordo com o vice-presidente da Liga dos Bombeiros, Rui Silva, o governo já deu garantias de que “o apoio às associações de bombeiros não irá sofrer reduções”. Mas esta garantia não chega.
Mais uma vez, o aniversário de uma corporação foi aproveitado para reclamar um novo modelo de financiamento dos bombeiros, dado que o actual “está estafado e não representa minimamente as necessidades das associações”, apontou o responsável. Para Rui Silva, “é urgente que este modelo se altere, juntando Administração Central e autarquias, que cada vez mais têm sido braço armado dos bombeiros”.
Mas se as contas públicas não permitem um maior apoio aos bombeiros por parte do governo, o mesmo se passa localmente, em cada concelho. E Alcobaça, que conta com quatro corporações, não é excepção. Ainda assim, o presidente da autarquia, Paulo Inácio, garante estar “a trabalhar em conjunto” com as associações, numa altura em que “estamos em necessidade permanente mas os recursos são cada vez mais parcos”.
Apelando ao bom senso e ao engenho nesta altura de contenção, o autarca pediu aos cerca de 120 bombeiros beneditenses que tenham orgulho na farda que vestem, “que representa o serviço que prestam e a comunidade a que pertencem”. E deixou a promessa de se empenhar para que autarquia e corporações possam ser “cada vez mais uma família, com disponibilidade de meios”.