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Carlos Silva é o novo comandante dos Bombeiros de Óbidos, por enquanto apenas em regime de substituição até que termine uma formação específica para o cargo.
A comemorar o seu 86º aniversário no passado dia 7 de Abril, a Associação Humanitária viu no início deste ano dois comandantes deixarem a corporação para ocupar as funções de Comandante Operacional Distrital e de Adjunto de Operações Nacional.
Domingo foi dia de festa nos Bombeiros Voluntários de Óbidos. A cerimónia de celebração do 86º aniversário foi aproveitada pela direcção para apresentar o novo comandante da corporação, Carlos Silva. Natural da Amoreira e bombeiro há 17 anos, este soldado da paz passa a ser o 10º comandante da casa e não escondeu o “orgulho” que sentiu por ter sido escolhido para esta função que, reconhece, será difícil, mas que pretende encarar com “profissionalismo, humildade e, acima de tudo, muita frontalidade e respeito pela posição em causa”.
Carlos Silva terá como adjunta Patrícia Reis e irá comandar uma corporação de 70 elementos. O comandante quer manter os níveis de operacionalidade que merecem o reconhecimento nacional e criar alternativas à crise, rentabilizando os recursos humanos e materiais que têm ao dispor. À população deixou um apelo para que participe mais na vida da associação e para que apareçam mais voluntários.
Em meados do mês passado decorreram as provas de avaliação final de um curso de instrução inicial de bombeiros, onde 17 jovens ficaram aptos para estágio e, em Setembro, serão promovidos a bombeiros de terceira.
De acordo com Carlos Silva, a actual conjuntura legislativa em nada beneficia os bombeiros, pelo que apenas lhes resta criar “alternativas individualizadas”.
O novo comandante disse ainda que as regalias não são iguais entre corpos de bombeiros, levando a que a actividade seja mais apetecível em determinadas zonas do país.
Com um corpo de bombeiros bem dotado a nível de equipamento, o comandante deseja, num futuro próximo, tentar arranjar verba para ter um veículo de combate a incêndios urbanos.
Rui Vargas, presidente da associação humanitária diz que este foi “um dos anos mais marcantes na história da associação” devido ao aumento do número de voluntários, o invulgar número de ocorrências a que tiveram de dar resposta e também às anormais dificuldades financeiras a que tiveram de fazer face.
O responsável destacou que as associações humanitárias não recebem o valor total das despesas que têm com o serviço de socorro e lembrou que durante muito tempo o serviço de transporte de doentes era uma maneira de obter lucros para colmatar esses prejuízos. “Mas o transporte de doentes tem sofrido muitas alterações legislativas, que em muito enfraqueceram economicamente as associações”, disse, referindo-se às quebras de receitas no transporte de doentes.
No entender de Rui Vargas, a diminuição dos serviços não defende as populações, que agora deixam de poder usar o transporte dos bombeiros para ir às suas consultas e tratamentos.
O responsável destacou, por outro lado, o aumento na colaboração das receitas de particulares e empresas, bem como o apoio da Câmara de Óbidos, que permitiu que adquirissem um veículo florestal de combate a incêndios, também com recurso a financiamento comunitário.
A participação no Mercado Medieval de Óbidos permitiu-lhes arranjar receitas para a aquisição de uma ambulância de socorro.
Este ano irão continuar o projecto “Percorrer o Concelho”, que consiste na participação dos bombeiros nas festas e romarias para angariar novos sócios e divulgar as suas actividades.
Presentes no evento estiveram os dois ex-comandantes, Sérgio Gomes e Marco Martins, que passaram a assumir as funções de Comandante Operacional Distrital de Leiria e de Adjunto de Operações Nacional, respectivamente.
Na cerimónia esteve também o vice-presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, que destacou o trabalho da actual direcção que, “em tempos difíceis, tem sabido contrariar as tendências e, com poucos meios, fazer muita coisa”.
Três grandes ocorrências em 2012
Relativamente à actividade de 2012, os bombeiros de Óbidos registaram um aumento significativo de incêndios em relação aos anos anteriores, perfazendo um total de 235, sobretudo de incêndios florestais. A sinistralidade rodoviária baixou cerca de 36%, comparada com o ano de 2010 e ocorreram apenas a 65 acidentes. Nos doentes transportados mantiveram o transporte de cerca de 6.000 doentes.
O incêndio industrial na empresa Nutriaves, um incêndio florestal no planalto das Cezaredas e um outro no Covão dos Musaranhos, foram as três grandes ocorrências que marcaram o ano passado.
Fátima Ferreira
Medalhas de assiduidade
Grau Cobre – 5 anos
Chefe José Reis
Bombeiro de 3ª Elson Mendonça
Bombeiro de 3ª Telmo Oliveira
Bombeiro de 3º Daniel Elias
Grau Prata – 10 anos
Bombeiro de 2ª Pedro Bandola
Grau Ouro – 15 anos
Subchefe Luís Tomás
Grau Ouro – 20 anos
2º comandante Marco Martins
Subchefe Jorge Pereira
Bombeiro de 3ª Eddy Dias
Medalha de dedicação
Grau Ouro – 25 anos
Subchefe Carlos Antunes
