Volte atrás
Anuncie
Assine
Login
Um mergulho nos segredos da maior lagoa de água salgada do país pela mão de um pescador-mariscador
A Lagoa de Óbidos é um viveiro de peixes, moluscos e crustáceos. Ao longo do tempo, a sua disponibilidade tem variado, devido a fatores como o assoreamento da lagoa e da aberta. Novas espécies foram introduzidas no ecossistema, como a Amêijoa Japonesa, que prolifera até hoje. São muitos os segredos que a maior lagoa de água salgada do país esconde.
No âmbito do Festival da Lagoa, Paulo Barroso, pescador-mariscador há 35 anos, desvendou alguns deles, na atividade decorrida a 30 de abril. A primeira explicação foi relativa à captura do pescado na lagoa, que se realiza aquando da migração das espécies para aquele ambiente, salvaguardado dos predadores do mar, com o fito da desova.
“Nesta altura, há muito choco aqui dentro, e tanto dá para a pesca profissional como para a lúdica fazerem a sua captura”, contou Paulo Barroso.
O assoreamento da aberta constitui, no entanto, uma barreira a este movimento migratório, que também se realiza com a dourada e o robalo, no inverno. Porém, também as dragagens impactam a disponibilidade do pescado: “Há muita enguia na lagoa. Só que, há tempos, sofremos uma dragagem muito grande, mesmo no sítio onde elas estavam, nos braços da Barrosa. Morreram muitas, e agora temos de esperar que regenerem”.
O Festival da Lagoa decorreu de 21 de abril a 1 de maio, com demonstrações de desportos náuticos, workshops de cerâmica e animação musical no programa das festas. Mariana Santana, do Gabinete de Eventos da Câmara das Caldas, afirmou que houve “muita adesão” e que o objetivo é “sempre continuar”, com novas edições e “sempre a melhorar, com novas surpresas e animações”. O Festival contribuiu para a “promoção e divulgação da restauração” e foi um “bom motor para atrair novas pessoas e para as festas de verão na Foz do Arelho que o município vai promover”, concluiu. ■
