Caldas marca a estreia do programa “Raízes” do canal Casa e Cozinha

A antestreia do episódio sobre as Caldas decorreu no CCC, na passada quinta-feira

Caldas da Rainha foi o “plateau” de um programa onde a gastronomia se cruza com os ofícios tradicionais, como a olaria, a cutelaria, a pesca e a apanha do marisco, mas também com novas atividades como a produção de microlegumes e flores comestíveis. “Raízes” é o novo programa do canal Casa e Cozinha, cujo primeiro episódio, estreado a 6 de novembro, às 21h30, retrata a cidade termal pela mão do chefe Vítor Adão, e que foi transmitido, em primeira mão, no CCC, a 2 de novembro. As rodagens, que duraram dois dias, decorreram em maio.
“Aquilo que eu fiz foi transportar o melhor das pessoas para o prato. E tenho a sorte ou a felicidade de conhecer algumas das pessoas que participaram no programa.Assim, é muito mais fácil conseguirmos criar o prato”, explicou o chefe Vítor Adão, que procurou recriar um prato caldense, de forma inovadora.
No programa executou uma caldeirada e um segundo prato de peixe com produtos da Praça, microlegumes e flores comestíveis produzidos no Carvalhal Benfeito, pela empresa VerdeCaldas, caranguejos e enguias que foi pescar na Lagoa, e a sobremesa foi oferecida por Paulo Santos, do Forno do Beco.
O almoço foi servido na loiça de Miguel Neto, sobre um bordado das Caldas oferecido por Principelina Louçã, com a Lagoa de Óbidos como pano de fundo. Paulo Tuna forneceu as facas para o preparo do manjar, realizado na praia. Os convidados foram os caldenses entrevistados.
“Foi uma ótima experiência, as 12 horas que andámos pela Foz do Arelho. Começámos eram 10 e pouco da manhã e foi até à noite”, contou António Pereira. A manhã do segundo dia foi dedicada à pesca: “Começámos na zona da Ardonha, fomos ao cais, e depois apanhámos o peixe”. Por fim, “o chefe cozinhou-nos um almoço já ajantarado”, concluiu o pescador-mariscador com mais de 30 anos de ofício, que foi convidado pela Câmara para entrar no programa.
Após o visionamento do episódio, seguiu-se uma conversa moderada por Francisco Dias, da Centro de Portugal Film Commission, e que teve como oradores o chefe Vítor Adão, o diretor do canal Casa e Cozinha, Diogo Alexandre, o diretor da EHTO, Daniel Pinto, e a vereadora da Cultura e também com a pasta do Turismo, Conceição Henriques.
“Queremos ser um agente da cultura portuguesa, e é engraçado como a gastronomia cruza tudo. Estava a pensar neste episódio. Nós temos três grandes temáticas, a gastronomia, a decoração e as viagens, e este programa, no geral, toca logo em duas delas, a gastronomia e as viagens. Mas o episódio das Caldas toca nas três de uma forma espetacular”, partilhou Diogo Alexandre.
Daniel Pinto sublinhou o facto do chefe transmontano ser “um bom exemplo do que é uma contínua disponibilidade para apoiar as escolas”, tendo estado presente na EHTO “em várias ocasiões, como no âmbito do concurso Jovem Talento da Gastronomia, que vamos receber nas próximas semanas”.
Conceição Henriques salientou a “dimensão de verdade” do programa, pois “nada foi ensaiado”, como os diálogos à mesa, onde estiveram presentes “não só os diversos domínios da arte e da cidade criativa, mas quem a pratica no quotidiano”.
A Câmara investiu oito mil euros, tendo protocolado a utilização de algumas imagens. “É um excelente investimento, meia hora num canal de televisão”, e porque “é um filme que mostra o território, os produtos endógenos, os artesãos, os agricultores… Nesse sentido, antecipo que o investimento tenha um bom retorno”, rematou a vereadora.
A realização é de Nuno Garcia, que também marcou presença na antestreia. A seguir às Caldas, serão apresentados a Guarda (7 nov), Campo Maior (8 nov), Paços de Ferreira (9 nov), lezíria ribatejana (10 nov), Boticas (13 nov), Leiria (14 nov), Miranda do Douro (15 nov), Alcoutim (16 nov) e Serpa (17 nov). ■