Nadadores olímpicos do Brasil vão treinar em Rio Maior

O Brasil vai enviar 80% dos participantes nos Jogos Olímpicos de Tóquio, previstos para o verão do próximo ano, para estagiar em Portugal e um dos locais de estágio será Rio Maior, que deverá acolher a equipa olímpica de natação no seu Centro de Alto Rendimento.

O director do Comité Olímpico Brasileiro (COB), Jorge Bichara, detalhou à EFE o plano que permitirá que pelo menos 200 atletas já qualificados ou com possibilidades de qualificação treinem em Portugal antes de disputar os Jogos de Tóquio, adiados para 2021 devido à pandemia.

A selecção de natação será uma das primeiras a viajar para Portugal, juntamente com as comitivas de judo e de vela, que treinarão, respectivamente, em Lisboa e Cascais, nos centros de alto rendimento dessas modalidades.

“Nós já temos uma tradição de realizar treinamentos de campo em Portugal e já ocupámos alguns de seus principais centros de treino”, disse Bichara, lembrando que o COB escolheu Portugal como base de preparação para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024.

O dirigente destacou que já estão sendo organizadas as partidas de atletas, frisando que “serão vários voos, de pequenos grupos, dependendo da disponibilidade de lugares”.

O judo, com 22 medalhas, a vela (18) e a natação (14) são precisamente – juntamente com o atletismo (17) – as modalidades que deram mais medalhas olímpicas ao Brasil em toda a história dos Jogos.

Até ao final do ano, viajam para Portugal as comitivas de pugilismo, atletismo e as equipas de desportos colectivos, nomeadamente a selecção feminina de râguebi e as duas de andebol.

Apesar das restrições que os países europeus estão a colocar aos voos externos, e tratando-se o Brasil de um dos países com mais infectados e óbtos por covid-19 no mundo, o COB acredita que a entrada de atletas brasileiros possa ser tratada de maneira diferente devido ao compromisso de os testar três dias antes do embarque e desembarque. Os atletas terão ainda que respeitar um período de quarentena no hotel, enquanto aguardam os resultados dos exames.

O objectivo da vinda para Portugal é recuperar a condição física e emocional dos atletas, “para que eles possam se sentir em pé de igualdade com seus principais competidores”, disse Bichara.

O plano do Governo brasileiro prevê o embarque inicial de 200 atletas, embora esse número possa aumentar.

“É o número com o qual estamos trabalhando. No momento, temos 177 vagas conquistadas, mas ainda há muitas vagas em disputa e isso permite-nos aumentar a equipa em 40%”, afirmou o director do COB.

Bichara explicou que Portugal foi escolhido entre outras razões, porque é um dos países que superou a pandemia mais rapidamente.

O plano custará cerca de 2,6 milhões de euros, incluindo passagens aéreas, alojamento e alimentação.

*Com Lusa