Em Óbidos há uma exposição de fotografia que é também uma homenagem

“Imagens do Mundo”, reúne trabalhos dos fotógrafos Artur Correia, Carlos Ribeiro e João Lobato e homenageia o fotógrafo e antropólogo caldense, Zica Capristano

Encontra-se a decorrer, em Óbidos e até 20 de outubro, o 1º Photo Show, com trabalhos dos fotógrafos Artur Correia, Carlos Ribeiro e João Lobato. A exposição, intitulada “Imagens do Mundo”, reúne fotografias de 15 países e é também uma homenagem a Zica Capristano, explorador, fotógrafo, aventureiro e antropólogo caldense. “Um dos maiores viajantes portugueses do século passado” e “desconhecido do grande público”, considera Carlos Ribeiro.
A mostra, que se encontra patente na garagem da família Rocha da Silva, junto à Porta da Vila, foi idealizada pelo obidense Carlos Ribeiro, que convidou os amigos a expor com ele. Natural da Foz do Arelho, Artur Correia é um apaixonado pela Lagoa de Óbidos, que está representada em algumas das fotografias expostas, a par de imagens captadas nos Açores, no Dubai e em Bali. Já João Lobato, natural de Viseu e apaixonado por África onde exerceu funções profissionais, apresenta fotos das suas viagens a São Tomé e Príncipe.

Por sua vez, Carlos Ribeiro tem expostas fotografias de Óbidos, China, Marrocos e Cabo Verde. “Há uma diversidade muito grande, que faz com que as pessoas fiquem atraídas com o que se pode ver”, concretiza o fotógrafo, sobre a exposição que nos primeiros dias atraiu milhares de visitantes, muitos deles estrangeiros. “Quem está a comprar mais fotografias são os americanos”, precisou, dando nota da cultura que possuem em relação à fotografia, que colocam em casa, escritórios e espaços públicos.
Na tarde de sábado, Carlos Ribeiro apresentou o livro “Abstratos de Lava”, com imagens captadas em Cabo Verde, há cerca de três meses. Na sua mais recente viagem aquele país africano, o fotógrafo obidense foi fotografar a prisão do Tarrafal, na Ilha de Santiago. Terminado o trabalho rumou até à Ilha do Sal, onde alugou uma lambreta para descobrir o território, mas fora dos locais turísticos. Entre a vila de Santa Maria e o aeroporto descobriu uma praia de areia preta numa ilha conhecida pela sua areia dourada. “Quando começo a olhar para a zona da rebentação, começo a ver padrões escritos pela água, numa linguagem universal, no sentido em que quando olhamos para as fotos podemos fazer múltiplas interpretações”. O resultado são fotos a preto e branco sobre areia negra e traços de areia dourada, captadas em Black Beach, que revelam composições abstratas e que deram origem a um ensaio fotográfico e, agora, ao livro.
A mostra pode ser visitada todos os dias, entre as 10h00 e as 20h00. ■