Para o que olham as mulheres quando compram um carro? Além do preço, claro.

Já lá vai o tempo em que à mulher cabia apenas a gestão das pequenas compras (o que gastar no supermercado, por exemplo) e ao homem a decisão sobre os grandes gastos, como a compra da casa ou do carro. As mulheres têm cada vez mais poder de compra, não só individualmente como dentro das próprias famílias. E as marcas não puderam ignorar esta nova realidade: o caminho que seguiram não foi fabricarem modelos dirigidos especificamente ao público feminino – ou pelo menos com esse rótulo – mas passarem a incluir nos automóveis características que são principalmente valorizadas por elas.
Se os homens dão mais importância a factores como a potência do motor, o desempenho do carro e o seu design desportivo, às mulheres chamam-lhes mais a atenção aspectos ligados à segurança do veículo, à facilidade e visibilidade da condução, ao espaço para os acessórios e aos acabamentos.
Em primeiro lugar, para o sexo feminino, está a segurança. Carros estáveis e que sejam “de confiança” para fazer longas horas na estrada entram no topo dos mais escolhidos pelas mulheres. Vários estudos de mercado indicam também que as senhoras preferem automóveis altos, que aumentem o seu campo de visão no trânsito.
Um carro que pisque o olho às mulheres deve ainda ser prático e fácil de conduzir. Ter uma caixa de velocidades automática, botões para o controlo de som no volante, um porta-bagagens espaçoso (principalmente para as mães de família) e um sistema de direção eléctrica (que reduz o consumo de combustível e permite um manuseamento do volante mais confortável) são mais pontos a favor para as condutoras. Outro pormenor: sabe como são as malas das mulheres certo? Cheias de tralha. Elas costumam andar com muitos objectos atrás, por isso um carro que ofereça vários espaços de arrumação – para colocar os óculos de sol, a maquilhagem, os toalhetes, a garrafa de água ou o telemóvel – estará sempre em vantagem. O espelho na pala de sol é outro bónus que as consumidoras valorizam, mais ainda se for iluminado.
Mas há uma diferença entre as jovens e as mães condutoras. Se as primeiras preferem carros pequenos, práticos para circular na cidade e fáceis de estacionar, estilo Fiat 500, Renault Twingo, Volkswagen Beetle, Citroën C3, Mini Cooper (duas portas) ou Alfa Romeo Mito, as típicas “donas de casa” optam por modelos onde caiba toda a família. E respectiva bagagem. Modelos como o Citroën C4 Picasso, a Kia Niro PHEV, o Peugeot 3008, o Honda Jazz, o Nissan Qashqai e os mais luxuosos… Maserati Leavante ou Jaguar P-Face são bons exemplos. Muitos destes carros têm bastante espaço no interior, mas são compactos na aparência.
Quanto ao design, e ao contrário dos homens, que escolhem maioritariamente cores mais sóbrias e linhas minimalistas, as mulheres arriscam em paletas menos tradicionais e em designs que apresentam detalhes únicos que chamam a atenção pela diferença. É tudo uma questão de estilo.
Exemplos que demonstram que elas têm um papel cada vez mais assumido na indústria automóvel são as novas parcerias feitas pelas marcas de carros. Em 2011, a luxuosa Gucci associou-se à Fiat para criarem uma edição exclusiva do Fiat 500, em 2012 Victoria Beckham desenhou o Range Rover Evoque e no ano passado a revista feminina Cosmopolitan juntou-se à Seat para desenvolverem um carro pensado só para as mulheres, o Seat Mii.

OS PREFERIDOS DAS MULHERES EM 2017

O Women World Car of The Year é um prémio que resulta da votação de jornalistas e editoras de vários países, incluindo Portugal, e que distingue os automóveis preferidos das mulheres a nível global. Em 2017 o grande vencedor foi o Hyundai Ioniq, um versátil modelo híbrido que foi também o escolhido na categoria de Carro Ecológico. O Mazda CX5 foi eleito o melhor familiar, o Honda Civic Type R ganhou no desempenho, o Ford Fiesta nos carros a preços acessíveis, o BMW 5 Series nos carros mais luxuosos e o Peugeot 3008 nos SUV.