Os 104 anos do Sr. Alberto

Alberto Fernando da Silva, natural e residente em Tornada, continua a ter uma vida autónoma

Nasceu em Tornada a 4 de julho de 1920 e apesar de ser bom aluno não pôde ir além da quarte classe. Deixou a escola para ir ajudar os pais, primeiro a tomar conta dos animais que tinham e depois também de outras pessoas que lhe pediam. Mais tarde, e quando da construção da Estada Nacional 8, em Tornada, trabalhou na remoção das terras para uma empresa de construção espanhola.
O desejo de uma vida melhor levou-o para o mar, tendo sido “embarcado” grande parte da sua vida, primeiro como ajudante de cozinha e depois como despenseiro. Uma profissão que lhe permitiu viajar nos principais navios de passageiros, entre eles o “Príncipe Perfeito” e conhecer grande parte do mundo.
Casado há mais de 70 anos com Alice Rocha, o casal ainda faz uma vida autónoma, com o acompanhamento das filhas. “Ainda o ano passado tratava da horta”, conta Cristina Monterroso, realçando que o seu pai sempre foi uma pessoa muito ativa.
O casal tem duas filhas, quatro netos e cinco bisnetos. Aos mais novos é frequente partilhar lengalengas e histórias dos seus livros da escola primária e que ainda tem de memória, como é o caso do “poema da boneca”. . .
Atravessou a segunda guerra mundial, um acontecimento que o marcou e cujas histórias da época partilha com a família e amigos. Alberto Fernando da Silva é, de resto, um contador de histórias… e com 104 anos tem muitas para contar.
Desde os seus 90 anos, e sobretudo, nos últimos anos, a família tem-se reunido para, de uma forma mais alargada, festejar os aniversários. Uma festa que o deixa particularmente feliz e, quando lhe perguntam como chegou a esta idade, responde: “porque trabalhou muito, bebeu sempre pouquíssimo, gosta de comida com pouco sal e comeu sempre mais peixe que carne”, partilha Cristina Monterroso. ■